Em intervalos regulares, três institutos de pesquisa apontam para um grande equilíbrio de forças na disputa pela Presidência da República. Tradução: Empate técnico entre os candidatos Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, e Jair Bolsonaro, do PL. Como a margem de erro do Datafolha é bastante estreita (será?)ainda se poderia falar numa limitada liderança do candidato do PT. No caso dos dois outros institutos, o Parana Pesquisas e o Futura\Banco Modal, o empate técnico fica cravado. Existe sempre a possibilidade do imponderável, o cometimento de um deslize, uma fala descabida, até mesmo uma fake new que pegue como visgo de jaca, capaz de comprometer esses números, mas, a rigor, no momento, a campanha de Jair Bolsanaro parece atravessar um bom momento.
Ora pelos acertos na condução do processo -aliado aos bons ventos que sopram na economia - ora pelos erros cometidos pelo adversário, conforme já discutimos por aqui. O PT, por exemplo, teve anos e anos para reconstruir as pontes com o eleitorado evangélico e ninguém se preocupou com o assunto. Com uma pauta de costumes praticamene ditando as escolhas numa eleição, essa não foi uma atitude das mais prudentes. A carta de intenções pode ter chegado um pouco tarde, tornando-se inócua para minimizar os estragos já produzidos. Uma outra falha do PT foi não mobilizar a militância como deveria, se concentrando em grandes eventos, sempre capitaneados por seu líder maior, Luiz Inácio Lula da Silva.
Faltou aquela mobilização "orgânica'. Até Bolsonaro fez isso, quando pediu que cada bolsonarista conquistasse mais um voto. Nikolas Ferreira, o Deputado Federal mais votado do país, é mineiro mas estava na Bahia, cabalando votos para o presidente Bolsonaro, possivelmente em articulação com ACM Neto, que, neste segundo turno - diante das grandes dificuldades da campanha - se mostrou mais receptivo aos apelos de Bolsonaro. Bolsonaro, que já estava bem nos grandes centros, não perdeu, mas parece ter conquistado mais eleitores no reduto mais identificado com o PT, o Nordeste. Trata-se apenas de uma hipótese que precisaria de dados confiáveis para se confirmar. Em todo caso, somente aqui em Pernambuco ele ampliou seu universo de vontantes em 10%.
Isso, somado ao pacote de bondades - que contribuiu para melhorar a simpatia do eleitorado mais pobres em relação ao seu governo - não haveria como esse jogo continuar a se manter desequilibrado, em favor do petista. Eis os escores: Bolsonaro 46,9%, Lula 45,9%.
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