pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO: Editorial: Eleitor evangélico: Esse estranho objeto do desejo
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segunda-feira, 10 de outubro de 2022

Editorial: Eleitor evangélico: Esse estranho objeto do desejo



O eleitor evangélico continua, majoritariamente, apoiando o candidato à Presidência da República, Jair Bolsonaro. Este dado se constitue num problema para as aspirações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que já fez várias investidas para reaproximar-se desses eleitores, um contingente que pode ser decisivo numa eleição presidencial. Burocratizado e oligarquizado, como já discutimos em outras ocasiões, o PT perdeu muito de sua organicidade, desde quando mantinha um vínculo mais estreito com os movimentos sociais. O mesmo raciocínio se aplica aos evangélicos, sobretudo esses grupos mais recentes, denominados de neopentecostais. 

Não são pontes que possam ser reconstruídas muito facilmente. Depois, ao longo dos anos, muita coisa mudou no perfil e no comportamento desses novos grupos evangéicos. Novas "leituras" precisam ser feitas para reabrir tal diálogo. Benedita da Silva sugeriu que Lula se concentrasse no aspecto econômico e não estabelecesse um diálogo "específico" ou de  "costumes" com esses grupos. Apesar da origem evangélica, a Deputada Federal parece ter se equivocado no seu diagnóstico. No "filtro" do voto desses eleitores, a agenda de costumes parece continuar ocupando um status elevado. 

Não deve ser por acaso que essa pauta de costumes vem sendo bastante explorada pelo adversário. O "estrago" de certas fake news que estão circulando é tão perceptível que Lula está sendo aconselhado pelo seu staff político a produzir uma carta de compromissos dirigidas aos avangélicos, no sentido de conter a sangria. "Lula vai fazer isso' Lula vai fazer aquilo' não se corrige com simples publicações de desmentidos. Quem sabe só possa ser corrigido depois dos resultados das urnas, em 30 de outubro, o que poderá ser um pouco tarde. 

A parábola do elefante e do domador - para explicar como age nossos cérebros - explica bem que estamos na faze do elefante destranbelhado, incapaz de ser contido pela "racionalidade do domador. Aliás, o perfil desses grupos evangélicos tem suscitado muitos estudos, sempre no sentido de entender seu comportamento. Até mesmo a pauta de costumes - sobre a qual eles foram sempre muito rígidos - merece a atenção, pois parece-nos que, em nome dessas plataformas políticas autoritárias ou protofascistas, eles parecem desconhecer que espalhar fake news é pecado, punido com a condenação do indivíduo ao fogo do inferno, na companhia do capiroto.  

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