Registro aqui a nossa indignação em razão da maneira descortez e vil com que a ministra Cármen Lúcia, do STF, foi tratada pelo atual Presidente do PTB, o ex-Deputado Federal Roberto Jefferson. Jefferson é um bom exemplo de como se pode perder o controle de uma determinada situação. Doente, advertido, orientado a não reincidir em atos deliberamente contra as instituições democráticas do país, o Presidente Nacional do PTB, ao invés de dar um tempo, deixar a poeira baixar, recolher as armas, cuidar de sua saúde fragilizada ou guardar seus arroubos antidemocráticos para os momentos dos churrascos com os amigos, resolveu enfrentar o sistema, neste caso reprensentado pelo STF, quebrando protocolos impostos à sua prisão domiciliar.
Transformou uma querela jurídico-institucional numa indisposição pessoal contra o ministro Alexandre de Moraes e, mais recentemente, contra a ministra Cármem Lúcia, também do STF. Chegamos ao limite dos limites, quando ele, através de um vídeo, afirmou uma série de impropérios impublicáveis contra a ministra, o que levou o ministro Alexandre de Moraes a determinar, mais ma vez, a sua prisão. Ele resolveu reagir à bala ao cumprimento do mandado de prisão, ferindo dois policiais que ficaram encarregados de fazer cumprir o que determinava o documento.
O caso do ex-Deputado Roberto Jefferson é reflexo desse momento de enormes dificuldades institucionais vividos pelo país. As instituições passaram a adotar medidas saneadoras talvez um pouco tarde demais, quando o tecido de nossa democracia já estaria comprometido. É preciso conhecer o tempo certo de aplicação do paradoxo da intolerância. Num país de instituições democráticas consolidadas, possivelmente, não chegaríamos a esses estágios. Chagamos e o preço a pagar poderá ser alto. Nas redes sociais, bolsonaristas e petistas se dividem sobre o assunto - como se isso fosse alguma surpresa - mas os petistas conseguiram levantar a #Bolsonarismomata. Vamos ver o peso que este fato novo terá nas eleições presidenciais do dia 30, mas, a princípio, como se trata de uma afronta às mulheres e às instituições, o candidato Lula pode ser beneficiado.
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