Não houve jeito. Pelas vias normais, dentro das regras do jogo, há uma possibilidade concreta de o candidato Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, vencer as eleições de domingo. Duas circunstâncias poderiam prejudicá-lo. Uma eventualidade de erros cometidos pelos institutos de pesquisa que acompanham os índices de intenção de voto e, por outro lado, os percentuais de abstenção, que, segundo avaliam alguns observavores, poderiam ser mais prejudiciais ao petista. Aliás, Lula só não levou as eleições no primeiro turno exatamamente em razão dessas abstenções.
Jair Bolsonato parece que já gastou todas as balas, inclusive as de prata. As margens de superioridade de Lula sobre Jair Bolsonaro são apertadas. De acordo com alguns institutos, dentro do estrito limite do índice das chamadas margens de erro. Nos últimos dias, no entanto, vai se configurando uma tendência de consolidação de liderança do petista, o que suscitou uma certa desesperança do outro lado, conflagrando ainda mais o pleito, que já se disputa num grau elevadíssimo de animosidades.
Dentro da normalidade democrática, a última cartada será o debate realizado pelo Rede Globo de Televisão, programado para a sexta-feira. Depois das últimos episódios - aqui inclusa a tentativa frustrada de "tergiversar" o processo eleitoral - o debate assume uma importância singular. Como há um grande equilíbrio de forças entre os dois candidatos, pode decidir as eleições, ou seja, ratificar a liderança do petista ou, reverter o jogo em favor de Jair Bolsonaro. Embora tenha melhorado a sua performance, a avaliação é que o candidato do PT não tenha se saído muito bem nesses debates, tornando-se acanhado ao tratar de temas espinhosos, como a corrupção nos Governos da Coalizão Petista.
Ontem acompanhamos um debate de segundo turno aqui num Estado vizinho, onde um dos candidatos que concorrem a reeleição é investigado por receber uma mesada de R$ 120.000,00 mil reais mensais, propina oriunda de desvios de recursos da saúde e da educação. Ele se enrola todo ao falar sobre o assunto. Há áudios gravados, com delações de uma das operadoras do esquema, com riqueza de detalhes sobre o tema, exigindo muita cara de pau do sujeito para negar algo tão explícito. São temas espinhosos,que, na realidade, os homens públicos deveriam evitar.
Lula estaria sendo orientado a tratar da corrupção atual, inclusive os casos observados no Governo Bolsonaro, sempre que fosse instigado a abordar o tema. Apesar das veemententes negativas, a gente sabe que elas existem. O mais recente deles ocorreu aqui em Petrolina, no Estado de Pernambuco, onde servidores deram um rombo calculado em R$ 17 milhões de reais aos cofres públicos. Aqui torna-se necessário separar o joio do trigo, ou seja, é precisa saber se houve algum favorecimento de servidores do Governo Federal. A Polícia Federal deu um outro nome à operação, mas ela bem que poderia se charmar: A Casa Caiu, pois se trata de operações irregulares envolvendo parentes e amigos desses servidores, contemplados irregularmente com imóveis dos programas habitacionais do Governo Federal.
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