O bom seria que os debates se limitassem a discutir as propostas de cada candidato para os entes federados ou para o país. Mas, num momento de tantas animosidades, é pouco provável que tenhamos um debate essencialmente propositivo no dia de amanhã, quando os candidatos presidenciais deverão estar frente a frente, no debate organizado pela Rede Bandeirantes de Televisão. Aliás, no momento em que estamos escrevendo este artigo, os candidatos já devem estar ajustando os detalhes, junto a seus assessores, sobre como devem se comportar no dia amanhã. Até a voz deve estar sendo poupada. É possível que nenhum deles tenha se exposto demais em compromissos de campanha no dia de hoje.
Este debate pode ser decisivo para os rumos das eleições do dia 30. O desempenho durante o debate pode influenciar o eleitor na hora do voto. Portanto, todo o cuidado ainda é pouco. Não sei muito bem como o candidato Luiz Inácio Lula da Silva(PT) está se preparando para o embate do domingo. A rigor, na avaliação de alguns assessores, Lula não tem se saído muito bem nos últimos embates. No debate da Band, ficou acuado com as insinuações de corrupção no seu governo. No debate da Globo, caiu na armadilha montada pelo padre Kelmon, que atuou como linha auxiliar do presidente Jair Bolsonaro.
A equipe de Bolsonaro encontra-se num momento de lapidar o diamante, ou seja, empreendendo esforços para torná-lo mais ponderado e comedido e equilibrado, evitando declarações controversas ou polêmicas, principalmente junto aos nichos eleitorais com os quais ele já se indispôs, como as mulheres. Amanhã, no entanto, será difícil segurar a fera, seja em razão do desgate natural provocado pela camapnha - a esta altura do campeonato - seja em razão de uma tentativa de usar todas as oportunidades possíveis no sentido de reverter um quadro hoje favorável ao petista. O debate, conforme já afirmamos, é uma dessas oportunidades.
Dizem que há até um bruxo acompanhando o desenrolar dos trabalhos do staff de campanha, com o propósito de articular as falas do presidente às redes sociais, repercutindo imediatamente nos canais bolsonaristas. Se vem chumbo grosso contra o candidato petista, o arsenal já estaria pronto, com as redes bolsonaristas azeitadas para replicar as informações. O trabalho desse novo integrante, segundo vazou para a imprensa, estaria causando uma certa ciumeira no núcleo duro de assessores mais próximos ao presidente.
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