A campanha presidencial, daqui para a frente, infelizmente, só tende a baixar ainda mais o nível. Se já não tínhamos um debate em torno das propostas de cada governante, agora a tendência é o agravamento das acusações de parte a parte, assim como a guerra de fake news, esta prática asquerosa e abjeta que precisa urgentemente se banida de nosso cotidiano social e político. Isso talvez explique, inclusive, o fato de não termos um debate propositivo, na medida em que os candidatos passam o tempo todo divulgando desmentidos, recorrendo ao TSE para coibir as leviandades divulgadas pelos adversários e coisas assim.
Até recentemente, depois de muita resistência, Lula resolveu escrever uma carta de intenção aos evangélicos, justamente com o propósito de dirimir algumas dúvidas sobre o seu posicionamento sobre temas delicados, devidamente contaminados pela campanha do adversário, que já o associou ao culto ao demônio, afirmou que ele iria fechar igrejas e era a favor do aborto, uma verdadeira heresia para católicos e protestantes. Até o PT, que sempre criticou essa prática do adversário, acabou cedendo e corre o risco de jogar com as mesmas armas.
Pernambuco, então, um Estado conhecido por disputas políticas renhidas, não poderia ficar ausente desse "debate". Tenho escrito pouco sobre a disputa estadual, uma vez que não há muito o que se dizer. Talvez para não estragar esse "baião de duas', uma expressão feliz usada por um jornalista da revista Veja, para descrever essa disputa entre duas mulheres por um assento no Palácio do Campo das Princesas. Como já dissemos em outras ocasiões - e voltamos a reafirmar - essa reaproximação de Marília Arraes com a velha guarda da mangueira socialista não foi uma boa estratégia, pois se trata de um grupo politico amplamente rejeitado pelo eleitorado pernambucano.
O eleitor emitiu um recado claro, por ocasião do primeiro turno das eleições: não deseja mais o PSB no Palácio do Campo das Princesas, mesmo que a reboque do Solidariedade e outras forças políticas. Agora, tivemos o início de uma nova série, do tipo: Eu ainda sei o que vocês fizeram no verão passado. Numa espécie de show macabro, foram dissecar alguns fatos lamentáveis que ocorream quando a ex-prefeita de Caruaru, Raquel Lyra(PSDB-PE), ocupava uma Secretaria de Estado, durante o Governo de Eduardo Campos. Neste diapasão, vamos entrar aqui naquele mesmo procedimento da assessoria do presidente Jair Bolsonaro, que, segundo matéria de uma revista de circulação nacional, estaria casvavilhando algum escândalo sexual escabroso envolvendo o passado do petista, algo do tipo "pintou um clima".
Se não encontrarem nada, eles "inventam', "plantam', como já fizeram com este editor, por suas críticas republicanas à condução dos negócios públicos no Estado. Não esqueçam que estamos num Estado onde as pessoas acreditam em perna cabeluda. À época em que este editor era mais ativo, escalaram até um "homem rapariga' - desses que se prestam aos serviços sujos - com o propósito de nos rebater nas redes sociais. Ele já está de cabelos brancos, mas, vale a advertência do grande pernambucano Nelson Rodrigues, alertando-nos que os canalhas também envelhecem.
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