É realmente uma pena que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva(PT) tenha desistido de comparecer ao debate organizado por Veja e um pool de empresas de comunicação, entre as quais o SBT, que iria gerar as imagens do debate entre ele e o presidente Jair Bolsonaro. Nessas horas, a assessoria do candidato faz um cálculo de custos e benefícios que, geralmente, não incluem os danos para o público telespectador e para o próprio regime democrático. Embora Lula tenha se saído relativamente bem no último debate organizado pela Rede Bandeirantes de Televisão, o petista continua olhando para o retrovisor dos governos da Coalizão Petista, sem ser objetivo sobre o que pretende fazer a partir de 2023, caso seja eleito. Mesmo comportamento do adversário, em sua ideia fixa em atacar os equívocos do petista, com o propósito de desgastá-lo.
Bem ou mal, por ser governo, de alguma forma se conhecem as diretrizes das políticas públicas de Jair Bolsonaro, com acertos e desacertos. Aliás, um grande mal desses debates é que os mesmos não nos permitem vislumbrar com clareza o que estaria por vir, uma vez que os candidatos tem se limitado a trocarem acusações de parte a parte. O curioso é que informações de bastidores dão conta de que a assessoria política do ex-presidente já estaria ajustando os procedimentos do candidato para o próximo debate. Os escândalos de corrupção mais recentes estariam cotados para a fala do ex-presidente.
Diante dos fatos, o planejamento da equipe de Lula diz respeito ao último debate, aquele que será transmitido pela Rede Globo de Televisão. Embora entenda os compromissos de campanha e a necessidade de consolidar sua liderança na corrida ao Planalto - sobretudo num momento em que ele aparece perdendo um pontinho precioso nesta última pesquisa do IPESP - há sempre um ônus em deixar de comparece a um debate. Não há a menor dúvida de que o adversário irá explorar isso ao máximo, ora invocando a sua ausência, ora atacando, sem que ele possa se defender.
Nenhum comentário:
Postar um comentário