De acordo com algumas informações preliminares, o TSE recebe, diarimente, algo em torno de 500 denúncias de prováveis fake news que estariam sendo disseminadas criminosamente pelas redes sociais. Na realidade, este número deve ser bem maior, a julgar pelos padrões de radicalização que estão assumindo essa campanha presidencial. O jogo chegou ao seu estágio mais abjeto. Agora mesmo observamos que está circulando um vídeo, na página de um conhecido bolsonarista do Estado da Paraíba, onde é mostrado uma abordagem de assalto por dois jovens e, logo em seguida, uma fala descontextualizada do candidato Lula, informando que é isso que ele deseja para o Brasil. O Deputado Federal André Janones - um dos responsáveis pelas redes sociais do PT - por determinação da Justiça - foi advertido a não mais usar a imagem do ex-Deputado Federal Roberto Jefferson junto ao presidente Jair Bolsonaro, sob pena de arcar com multa de 100 mil reais diários. Checamos as informações e, de fato, elas procedem. Janones já informou que acatará a determinação judicial.
Como já afirmamos antes, em diversas postagens, esse expediente abjeto das fake news deve ser extirpado do nosso vocabulário político. Em princípio, a prática é execrável, partindo-se seja de lado for. Essa prática de transformar, profissionalmente, a mentira com arma política - já que as origens são remotas - está associado a um assessor de um ex-presidente dos Estados Unidos, Steve Bannon, condenado pela justiça recentemente por suposta participação na tentativa de invadir o Capitólio. Trata-se de um guru, idolatrado pelo bolsonarismo.
Reproduzo, acima, uma charge do grande Quinho sobre este assunto, publicada no jornal O Estado de Minas. Noutros tempos, ainda por ocasião das eleições de 2018, uma charge do mesmo cartunista, que recomendava cortar a língua do linguarudo, rendeu dores de cabeça a este editor. Se usássemos o paradoxo da intolerância, de Karl Popper, naquele momento, talvez não estivéssemos metidos na encrenca institucional que hoje se observa no país.
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