Como não poderia deixar de ser, a crônica política no dia de hoje repercute o debate de ontem, entre os candidatos presidencias Lula e Jair Bolsonaro, transmitido por um pool de empresas de comunicação, liderado pela Rede Bandeirantes de Televisão. O formato do debate melhorou bastante, mas, como já era previsto, ficou circunscrito às acusações de parte a parte. Lula esteve melhor neste debate do que nos anteriores do primeiro turno, aplicou alguns golpes certeiros no adversário, mas, assim como Jair Bolsonaro, acabou sem respostas para alguns temas cruciais, como, por exemplo, a corrupção nos Governos da Coalizão Petista.
Por mais que ele se esforçe e tenha as recomendações da assessoria sobre como se portar diante do tema, acaba se enroscando pelo fato de ter cometido o pecado de não saber o que se passava no seu governo, o que se traduz como uma falha gestão, para dizermos o mínimo. Este tema tornou-se irrespondível para o petista. Este, aliás, é o grande calcanhar de Aquiles de Lula, algo que o prejudica em sua carreira política. Para completar o enredo, no dia de ontem, segundo dizem, o adversário teria recebido uma "cola' sobre o montante de dinheiro devolvido aos cofres públicos no bojo da Operação Lava-Jato. A "ajudinha" teria sido fornecida por um senador recém-eleito, ex-juiz da Lava-Jato, que esteve presente durante o debate.Um petardo que Bolsonaro atirou no petista, sem dó nem piedade.
Por outro lado, a galeria de temas irrespondíveis em relação ao adversário é imensa. Lula focou em alguns desses temas, como a questão do desmatamento da Amazôni; das políticas educacionais do governo; assim como a sua conduta como homem público durante a crise da pandemia da Covid-19. Aqui ficamos no silêncio ou nas respostas evasivas, pouco ou nada convincntes. O petista construiu diversas universidades e escolas federais de ensino técnico, enquanto Bolsonaro abortou completamente esses programas de expansão do ensino.
Aliás, sua política é de asfixia aos centros universitários, fomento e de pesquisas, focos de oposição ao seu governo. Na realidade, as universidades públicas e os centros federais de ensino técnico estão com o pires mão, sob pena de verem suas atividades suspensas por falta de recursos. Recursos da educação estão alimentando a sanha nebulosa do tal orçamento secreto. Até recentemente, por muito pouco, milhões do orçamento do MEC destinados às universidades públicas não foram cortados. Foi necessário uma grande grita nacional dos reitores e da opinião pública para reverter esta situação.
Lula promoveu o maior programa de inclusão de jovens negros empobrecidos ao ensino superior do país. A sua assessoria deveria informá-lo que este foi o único indicador em que o país mehorou em relação à raça negra nesses quinhentos e 22 anos de História. Uma revolução em termos de democracia substantiva. Eis aqui um trunfo pouco explorado pelo petista, envolvendo um núcleo estratégico do eleitorado, os jovens.
Nenhum comentário:
Postar um comentário