Bolsonaristas raízes sentem urticária pelo Instituto Datafolha, carinhosamente apelidado por eles como DataLula. Os resultados do primeiro turno, onde tal instituto apresentou índices distintos do que aqueles observados nas urnas em relação ao presidente Jair Bolsonaro, então, contribuíram ainda mais para ratificar tal ojeriza. Até pesquisadores do instituto foram atacados por bolsonaristas, enquanto realizavam seus levantamentos. Integrantes do Instituto vieram a campo para informarem o que poderia ter ocorrido no primeiro turno - onde os levantamentos não puderam detectar movimentos do eleitorado, de última hora, mas, nada que convencesse os bolsonaristas.
Mas,por incrível que possa parecer, os dados desta última pesquisa do instituto foram comemorados pelo staff político do presidente Jair Bolsonaro, como sugere, em sua coluna, o bem-informado jornalista Cláudio Humberto. O cálculo é simples. Se eles erraram por muito mais no primeiro turno das eleições, Bolsonaro já poderia estar até mesmo à frente do petista. Nesta reta final de campanha, Bolsonaro intensifica os esforços no maior colégio eleitoral do país, São Paulo, onde deverá permanecer por qutro dias.
Embora ainda ostente taxas de rejeição altas - o que, em tese, inviabilizaria um projeto de reeleição - o fato concreto é que Bolsonaro vem melhorando seus índices, gradativamente, na últimas pesquisas, o que se constitue num motivo de preocupação para o staff de campanha do petista. No site da revista veja, em matéria assinada pelo jornalista Sérgio Ruiz, uma discussão bastante interessante, apontando possíveis equívocos da campanha do petista. São verdades inconvenientes. Na mesma linha de raciocínio, um artigo do consultor e articulista da revista, Thomas Traumann, põe o dedo na ferida, ou seja, conclui que os bons ventos que sopram na economia - aliado aos equívocos do PT na campanha - podem até mesmo decidir essa eleição em favor do presidente Jair Bolsonaro.
Observa-se, inclusive, uma melhora dos índices de Bolsonaro junto ao eleitorado beneficiado pelo Auxílio Brasil. A macroeconomia é um assunto que não entra na "agenda" desse eleitorado, conforme sinaliza o consultor. Se ele consegue o vale para o botijão de gás, fazer o feira e o açougue no final de semana, assegurar uma azinha de frango para assar no brazeiro improvizado, prosear com os amigos no final de semana, isso já muda, em muito, o seu humor, com reflexos sobre suas inclinações de voto. O quadro piora ainda mais se algum esperto sugerir que isso pode acabar caso Lula chegue ao poder. A gente sabe que não, mas eles não sabem. É como Lula tentar convencer os evangélicos que não é a favor do aborto, depois dos escorregões cometidos, com o propósito de não melindrar o eleitorado feminista petista. O estrago à sua campanha já havia sido feito. É a economia, mas a economia do Beco da Fome, aqui no Recife. Não a economia da Faria Lima, conforme observa o consultor.
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