Crédito da foto: Miguel Schincariol\AFP |
Um leitor que não tivesse a oportunidade de ler o economista paraibano Mailson da Nóbrega poderia ficar impressionado com os textos publicados no dia de hoje, em diferentes veículos ou mídias, exigindo que o candidato Luiz Inácio Lula da Silva(PT) apresente logo o seu Programa de Governo - sobretudo o capítulo dedicado à economia - assim como anuncie o nome do seu futuro ministro que irá ocupar aquela pasta em seu ministério. Curioso que essas cobranças da chamada grande mídia estão atingindo, igualmente, blogs e sites de uma linha sabidamente progressista, que também passaram a cobrar do candidato um posicionamento sobre o assunto.
No geral, parace estar em curso a construção de uma narrativa no sentido de explicar um eventual tropeço do petista neste segundo turno das eleições presidenciais. O editorial de hoje da Folha de São Paulo aborda o assunto, tecendo duras críticas e cobranças veladas acerca do tema, questionando que o petista precisa abandonar, urgentemente, essa cruzada do bem contra o mal, das remissões ao passado dos churrascos da pincanha na lage e coisas assim. Seria necessário dizer logo que rumos ele pretende imprimir à política econômica, aprimorando os pontos positivos e corrigindo eventuais problemas.
O jornal, inclusive, faz uma avaliação até positiva da política econômica do atual Governo, no tocante ao controle do processo inflacionário e geração de empregos. Num comparativo com Jair Bolsonaro, este, elém de apresentar um programa de governo, fica mais simples identificar as diretrizes, a partir da batuta do Posto Ipiranga. Nadando contra a corrente, o economista Mailson da Nóbrega, em seu blog da revista Veja, observa que se trata de uma tremenda bobagem e que o candidato Lula está certo em manter sigilo sobre o assunto.
Ao contrário da corrente de pensamento que sugere que ele poderia perder eleitoras em razão da ausência dessas informações, Mailson aponta que apenas 10% dos eleitores se interessam sobre o assunto, dificilmente os candidatos cumprem à risca tais programas, e, mais importante, Lula poderia, aí sim, perder eleitores com tais anúncios precipitados. Sabe-se que qualquer erro nesta fase do campeonato pode ser fatal para o candidato. A diferença entre ambos é de apenas 5 pontos, de acordo com as pesquisas mais recentes, o que sugere que teremos uma batalha renhida, disputada voto a voto.
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