A oposição ao Governo Lula encontra-se profundamente frustrada com a condução dos trabalhos da CPMI dos Atos Antidemocráticos. A questão não se resume apenas às narrativas ou conclusões distintas sobre o que teria ocorrido em 08 de janeiro, mas em todo o resto. O único consenso talvez seja em torno da liderança do Deputado Federal Arthur Maia, do União Brasil da Bahia, que tem feito um esforço enorme para serenar os ânimos entre as partes. Vamos ter o encerramento dos trabalhos, por exemplo, sem o atendimento de um pleito crucial para a oposição, que seria o convite a um comandante da Força Nacional, que manteve homens preparados para agirem na ocasião, mas que, por algum motivo, não foram acionados.
Um dos mais combativos representantes da oposição é o Deputado Federal pelo partido liberal do Ceará, André Fernandes, que, aliás, foi quem apresentou o requerimento de abertura da CPMI. André Fernandes tem uma trajetória política bem-sucedida no estado, tornando-se o parlamentar mais bem-votado nas últimas eleições de 2022. O clima de animosidade fica tão evidente que, sempre que a palavra é facultada ao parlamentar, a relatora, a senadora Eliziane Gama(PSD-MA), ausenta-se da sessão.
Pelo que conseguimos acompanhar nos debates da CPMI, as defesas de teses sugerem que o parlamentar é um daqueles bolsonaristas raízes, inclusive ligado a setores evangélicos. Nunhuma surpresa, portanto, que em passagem pelo estado, o ex-presidente Jair Bolsonaro tenha referendado os seu nome como candidato à Prefeitura de Fortaleza, nas eleições municipais de 2024. Na ocasião, o próprio Bolsonaro teria prometido que poderá voltar algum dia, se Deus quiser. Apesar de o Ceará ser uma estado localizado na região Nordeste, reduto tradicional do petismo, a força do bolsonarismo ali está bem consolidada.
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