pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO. : Lula: Uma no cravo, outra na ferradura.
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sábado, 8 de junho de 2024

Lula: Uma no cravo, outra na ferradura.


Este livro-reportagem não esgota, naturalmente, todas as nuances das eleições presidenciais passadas. Tampouco incorpora todas as nossas reflexões acerca do tema, através das inúmeras matérias aqui publicadas em 2022, tratando deste assunto. Por outro lado, consegue mostrar ao público leitor um panorama bastante interessanste do que foram aquelas eleições, assim como a sua importância para o nosso processo democrático. Embora as análises dos institutos e dos cientistas políticos se concentrassem, sobretudo, nas duas variáveis que definem uma reeleição – o bolso do eleitor e o seu humor sobre a avaliação do inquilino presidencial de turno – houve, sim, um caráter plebiscitário em jogo nessas últimas eleições presidenciais, onde os rumos de nossa democracia, de saúde historicamente debilitada, ganharia mais uma chance ou uma sobrevida com a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva. 

Havia, claramente, um retrocesso antidemocrático e anticivilizatório em curso, que, felizmente, foi temporariamente interrompido. Uma vitória da civilização contra a barbárie, embora precisemos ficar de olhos bem abertos, uma vez que as vinhas das ira foram plantadas e continuam florescendo, como naquele atentado bárbaro ocorrido em Blumenau, Santa Catarina, onde cinco crianças foram mortas brutalmente. Embora Lula tenha vencido as eleições, o Brasil continua sendo um laboratório de experimentos funestos da extrema-direita na avaliação do sociólogo português, Boaventura de Sousa Santos, com o qual concordamos. 

A informação histórica nos traz alguns dados importantes para entendermos a realidade de hoje. Não deixa de ser emblemática essas ocorrências frequentes na região Sul do país. Na década de trinta do século passado, a cidade de Blumenau, em Santa Catarina, abrigava a sede do maior partido nazista fora da Alemanha. É possível que a sequência dos temas abordados neste livro não siga uma ordem cronológica de todos os fatos importantes que estiveram envolvidos no jogo da disputa eleitoral desta última eleição presidencial. Alguns temas, inclusive, podem ter assumido um status de relevância maior do que outros, consoante os nossos critérios, o que não quer dizer que sejam coincidentes com os critérios dos leitores e leitoras do texto. 

Chamamos a atenção dos leitores e leitoras sobre a discussão em torno do voto evangélico e como o Partido dos Trabalhadores se comportou em relação ao assunto. Na realidade, o partido acabou perdendo o norte, não construindo ou não implementado uma estratégia específica para conquistar esse nicho do eleitorado. Ao longo de sua existência, configurando-se aqui um processo de oligarquização, o PT acabou perdendo algumas premissas da relação orgânica com alguns grupos sociais que sempre se identiticaram com seu projeto político, segmentos evangéicos podem ser aqui incluídos. Uma reaproximação com esse segmento do eleitorado torna-se a cada dia menos provável, dadas suas afinidades com a agenda de perfil bolsonarista.   

Preocupado com o rumo de nossa incipiente experiência democrática e ancorado nas reflexões sobre o assunto produzidas pelo cientista político polonês Adam Przeworski, entramos na seara de um “cálculo da democracia”, ou seja, quais os índices ou escores econômicos e políticos que determinam a consolidação ou o desmoronamento de um regime democrático? Przeworski é hoje um dos mais respeitados intelectuais na abordagem do assunto. Ainda tendo como suporte teórico o cientista político polonês, uma discussão das mais relevantes sobre os determinantes do voto, ou seja, o que leva um eleitor a votar neste ou naquele candidato? Como a condição social\política\econômica do eleitor o induz a votar neste ou naquele candidato? 

Reflexão das mais consequentes - talvez merecedora de um aprofundamento - é uma observação comparativa – longe de se constituir num estudo – da situação latino-americana no que concerne à instabilidade institucional dos regimes democráticos, considerando países como o Chile, o Peru e o Brasil.Interessante observar o elenco de manobras institucionais possíveis que os atores de oposição poderão utilizar contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a partir do parlamento. Como o leitor e a leitora atenta já deve ter observado, à medida em que Lula cede às pressões do Centrão, amplia-se o fosso com a base mais identificada ou ideologicamente orientada com o ideário políico\ideológico do partido. Uma dirigente da legenda já andou tratando o assunto como uma espécie de estelionato eleitoral. 

Não é fácil conduzir uma governabilidade sobre as águas turvas de um presidencialismo de coalizão, conceito que, aliás, já foi superado nesses tempos difíceis que enfrentamos. Alguns analistas políticos já se referem ao assunto como um parlamentarismo de coeção. O expediente do orçamento secreto e das emendas impositivas ampliaram sensivemente a margem de manobra do Legislativo sobre o Executivo. O título do livro-reportagem traduz bem a situação vivida pelo nosso presidente Lula. Num dia, precisa engolir sapos e manter membros do seu Governo já submetidos às investigações da Polícia Federal. No outro, acena com a brasa para sardinha dos mais humildes, anunciando a correção dos valores da merenda escolar ou criando o pé de meia para manter a estudantada do ensino médio na escola, evitando que eles abandonem os estudos. O livro, em formato de E-Book, pode ser adquirido por aqui, diretamente com o autor, ao valor de R$30,00, através da chave PIX jluizpesquisas8@gmail.com. Enviar comprovante com e-mail para o recebimento do arquivo para o ZAP 81986844557. Se preferir, adquira diretamente na loja da Amazon, através do link

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