Ganha fôlego na Câmara dos Deputados um requerimento, por iniciativa a oposição, logicamente, solicitando a instauração de uma CPI do Arrozão. A proposta já conta com 130 assinaturas, quando são necessárias 171. No climão político produzido depois da anulação do leilão que objetivava a aquisição de 300 mil toneladas do produto, a expectativa é a de que logo os parlamentares de oposição consigam o número suficiente de assinaturas para a instauração da CPI, que também dependerá das articulações junto ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, em circunstâncias bastante favoráveis, uma vez que as relações entre o deputado alagoano e o Planalto, sabidamente, não são das melhores.
Soma-se a isso a proximidade da eleição para a presidência daquela Casa, onde Lira aposta numa candidatura onde sua influência continue perene. Outro fator que deve contribuir são as indisposições recentes de fortes federações do mercado contra o Governo Lula, depois da confusão mais recente da devolução da MP que trata da cobrança do PIS/COFINS. O Governo Lula entrou numa situação complicada, já considerada por alguns analistas políticos como modo 2015, ou seja, aquele ambiente político que antecedeu o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.
O Governo acumula tropeços na condução da política econômica, sobretudo em razão de uma onda arrecadatória sem preocupação com a contenção de despesas; Na articulação política o fracasso é estrondoso; Há um ministro de Estado juridicamente encrencado; Pesam suspeitas sobre o leilão para a importação de arroz; A oposição também solicitou informações sobre um tal Gabinete da Ousadia que, de acordo com matéria de um jornal paulista, poderia funcionar num contexto preocupadamente similiar ao Gabinete do Ódio. Momento difícil.
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