Começamos a semana com notícias ruins sobre a malograda intervenção federal no Rio de Janeiro, determinada pelo governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. Fontes policiais que investigam as maracutais nas prestações de contas, sugerem que havia uma verdadeira quadrilha operando nas licitações executadas, representando prejuízos gigantescos para os cofres públicos, através de desvios e malversação desses recursos. Assim, algo como os R$ 400 mil apenas com camarões, presunto parma, tortas holandesas, cream cheese e outras iguarias eram apenas a ponta do iceberg. E olha que estamos aqui elegendo apenas um recorte da avaliação dos resultados dessa Intervenção no estado do Rio de Janeira. Haveriam outras considerações ainda mais problemáticas.
É curioso como a questão da moralidade pública foi uma das teses que sustentaram as narrativas do governo anterior, ancoradas no antipetismo. Tal narrativa deu suporte à ascendência de Jair Bolsonaro ao poder, em contraponto aos desgates produzidos na opinião pública pelos escândalos de corrupçao da Era Petista, como o Mensalão e o Petrolão. Mas, aos poucos, vai ficando tudo muito parecido ou, a rigor, nunca foram assim tão diferentes neste aspecto. Um dos principais nomes envolvidos nessas transações nebulosas, de caráter antirrepublicano, deverá ser ouvido nesta semana durante os trabalhos da CPMI dos Atos Antidemocráticos.
A essa altura, seus advogados devem está tomando todas as providências jurídicas para que seu constituído permaneça em silêncio durante a audiência pública. Pelo papel estratégico desempenhado pelo cidadão na última gestão, existe uma grande expectativa em torno de tal audiência, mas o cara está tão encrencado que não surpreenderia que ele usa e abuse do direito de permanecer em silêncio. Pior do que isso só mesmo o pleito de sua defesa cair nas mãos de algum magistrado comprometido com o ancien régime e ele autorizar o seu não comparecimento. Acreditamos que não, uma vez que ficou muito feio da última vez.
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