Foi rápida a aprovação da liberação das apostas, até porque o Centrão tem interesse na receita desses jogos, notadamente da parte que caberá ao Ministério dos Esportes, recentemente assumido pelo deputado André Fufuca(PP-MA). Uma das razões para os Progressistas aceitarem o butim desse ministério dizia respeito exatamente a esse aporte de recursos. Embora haja uma resistência de sua agremiaçao política em assumir que entra na base de sustentação do Governo Lula, em certa medida pode-se dizer que o deputado André Fufuca representa o Centrão nessa engenharia política complicada. Por que complicada? Porque, como disse o jornalista Josias e Souza em sua coluna do UOL, Lula esconde o matrimônio com o Centrão.
A cerimônia de posse dos novos integrantes do Governo foram discretas, sem a presença de figurões desse grupo político. E olha que essas negociações estão apenas no começo, se entendermos que o Governo não completou sequer um ano. Um outro grande complicador é que o Legislativo tornou-se mais independente do Poder Executivo. A margem de manobra do Centrão, então, em tais circunstâncias, é bem maior. Lula vai precisar utilizar toda a sua habilidade de negociação e capacidade de engolir sapos daqui para frente. Estamos apenas no começo desse casamento. É preciso, no mínimo, salvar as aparências para os amigos e familiares.
Fica claro, de imediato, que será impossível satisfazer as exigências do Centrão. As concessões de agora podem, inclusive, não significar muita coisa em termos da aprovação de projetos de interesse do Governo no Parlamento. A julgar pelos pronunciamentos dos dirigentes dessas agremiações - tanto do PP quanto dos Republicanos - nada assegura que seus comandados sigam a orientação do Governo.
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