Um dos símbolos dos governos anteriores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, sem dúvida, foi a presença de pessoas mais humildes nos aeroportos, em alguns casos realizando sua primeira viagem de avião. Como vivemos num país profundamente desigual e infame, tornaram-se recorrentes os casos de hostilidades aos novos frenquetadores daquele ambiente, até então destinados exclusivamente à elite e à classe média. A expressão no chamamento deste editorial dimensiona a enorme dificuldade de nossa classe média sacana - que deseja ser elite - no sentido de recepcionar ou conviver, de forma civilizada e humanitária com essa nova realidade.
Passada essa lua-de-mel, os pobres foram obrigados a retornarem às rodoviárias ou aos transportes alternativos; alguns dos principais aeroportos do país entraram no programa de privatização e as companhias aéreas, por sua vez, entram em crise, principalmente durante o período calamitoso da pandemia. Tudo mudou desde então e as tarifas aéreas, assim como as taxas de embarque chegaram às nuvens. Dispostos a reavaliarem a situação - permitindo que os pobres voltem a ocuparem esses espaços - o Governo Lula, através do novo Ministro dos Portos e Aeroportos, Sílvio Costa Filho, tem uma grande missão pela frente.
Uma família de 04 pessoas que deseje se desolocar do Recife para curtir as praias do estado vizinho do Ceará, pagaria, apenas de taxas de serviços de aeroportos, algo em torno de R$ 1.000,00 reais, ida e volta. Ocorreram um aumento sensível nessas tarifas depois da privatização dos aeroportos. Na mesma proporção da queda da qualidade dos serviços, registre-se. O ministro já estaria tratando deste assunto junto às companhias aéreas. Torçamos que seja bem-sucedido nessas negociações.
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