Até recentemente, eclodiu uma grande rebelião nas unidades prisionais do estado do Rio Grande do Norte. Dias tensos, onde até as forças nacionais foram requisitadas para tentar enfrentar a situação. Entre a agenda de reivindicações das facções rebeladas - que ordenaram os ataques de dentro dos presídios - havia uma queixa sobre as refeições servidas, de péssíma qualidade e, ainda por cima, estragadas. Não é fácil a vida nos presídios brasileiros. O país possui a terceira população carcerária do mundo, abaixo apenas dos Estados Unidos e da China.
Ficamos aqui a imaginar como está sendo a vida das centenas de pessoas presas na Colméia e na Papuda, em particular os bolsonaristas radicais de classe média, detidos por ocasião dos atos antidemocráticos do 08 de janeiro. Salvo por um ex-governador de estado, preso no Rio de Janeiro, que conseguia subornar as autoridades carcerárias no sentido de permitir e entrada clandestina do seu presunto parma, os camarões Vila Franca e os whiskes de 12 anos, a situação é realmente complicada. Estamos longe de construir um estágio de dignidade. Ali não dá para evitar o glúten, os malefícios da margarina, dos sucos de caxinha, dos achocolatados e coisas do gênero. Se a comida não estiver azeda ou com larvas de moscas e baratas, já está de bom tamanho.
De manhã é servido um pão com manteiga, acompanhado de café com leite; ao meio-dia, arroz, feijão, uma proteína animal e um "saudável" suco de caxinha; à noite, um sanduíche e um copo de suco. No dia de ontem, circulou nas redes soiais, uma reclamação da família do ex-Diretor da Polícia Rodoviária Federal, Silvinei Vasques, informando que ele havia perdido 12 quilos. Não é para menos. Não sei se possamos tratar o tema aqui como uma "reclamação". Talvez o mais adequado seja "desabafo". Em circunstâncias semelhantes, o ex-Ministro da Justiça do Governo Bolsonaro, Anderson Torres, entrou numa crise depressiva.
Nenhum comentário:
Postar um comentário