Sempre se aconselha tomar os cuidados necessários em torno das "narrativas'. Elas podem conter finalidades ou propósitos escusos, com o objetivo de se contrapor às verdades ou atingir adversários e desafetos. Nesses tempos bicudos, produzidos pelos ventos fascistas do bolsonarismo, então, essas narrativas ganharam um fôlego incomensurável, transformando mentiras em verdades absolutas e incontestáveis, utilizando-se dos recursos tecnológicos disponíveis. Reputações de pessoas e instituições foram jogadas na lata do lixo através desses expedientes abjetos, utilizados à exaustão.
A gente sempre pensa que essas narrativas não chegam aos escalões mais escolarizados, mas isso é muito relativos porque, em grande parte, elas podem ser produzidas por esses estratos sociais. Evidente que a esponja é mais sensível no andar de baixo da pirâmide social, entre inúmeras razões. Nos dias de ontem e hoje, durante o julgamento dos réus envolvidos na tentativa de golpe perpetrada no dia 08 de janeiro, a julgar pela fala de alguns magistrados, é possível concebermos que essas narrativas chegaram ao alto escalão dos judiciário brasileiro, quando ministros se colocam - numa referência à tentativa de golpe contra as instituições da democracia brasileira - como um passeio no parque.
Outra narrativa fantasiosa diz respeito à teoria conspiratória de que integrantes do Governo Lula poderiam ter participado de uma "armação'. Sabe-se lá com que propósito. O general Dutra, durante seu depoimento em audiência pública, no dia de hoje, 14, perante à CPMI dos Atos Antidemocráticos, tem sido bastante comedido e burocrático em suas respostas. Se havia uma grande expectativa do Governo em relação à sua audiência, podemos ter certeza de que ela será frustrada.
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