Muito se especulou sobre os termos desse acordo de delação premiada celebrado entre o ex-ajudante de ordens da Presidência da República, tenente-coronel Mauro Cid, e a Polícia Federal. Houve até quem tenha se posicionado contra, conforme foi o caso da PGR. A princípio se pensou tratar-se de uma delação "seletiva", ou seja, o acordo envolvia apenas alguns dos casos investigados pela Polícia Federal. Mas, a julgar pelo que vem sendo divulgado pela imprensa, as excepcionalidades são mínimas, ou seja, o acordo é bastante amplo.
Por outro lado, as pontas arramadas no STF, definindo, tipificando o que ocorreu em 08 de janeiro como uma tentativa de golpe de Estado, estipulando penas draconianas para os réus envolvidos, podem dá o tom da encrenca em que esses atores estão envolvidos, sendo prudente, neste caso, dizer logo tudo o que se sabe, singularizando o papel real de cada um nessa engrenagem. Até mesmo uma acareação entre o militar e o ex-presidente Jair Bolsonaro está sendo prevista pela CPMI dos Atos Antidemocráticos.
O presidente dos trabalhos, Deputado Federal Arthur Maia, já se mostrou reticente, mas disse que se submete às decisões do colegiada. O clima, como se sabe, não anda nada bom na comissão, depois de ter vazado um eventual encontro entre um assessor da relatora e o filho de um dos ouvidos durante os trabalhos, o general Gonçalves Dias. Assessores mais próximos dos ex-presidente estão preocupados com o seu futuro político, diante das bombásticas revelações como esta que está nas páginas da revista Veja desta semana, onde o ex-ajudante de ordens assegura que, de fato vendeu joias, que seriam do patrimônio da União, e entregou o dinheiro, em espécie, ao ex-presidente.
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