Não faz muito tempo, advertíamos por aqui sobre a necessidade de o próprio Governo Lula tomar providências efetivas no que concerne à utilização dos cartões corporativos. O que se fez com este instrumento no governo anterior foi uma excrescência. O cartão foi usado e abusado sem o menor critério republicano. Suspeita-se que teria custeado despesas particulares em salões de beleza; financiado lanches durante as famosas motociatas; pago despesas de implante de silicone, entre outras coisas do gênero. A esculhambação chegou a um tal nível que seria necessário uma política de "reinstitucionalização" do seu uso.
Parece-nos que com os aviões da FAB não teria sido diferente. Até como transporte de drogas para o exterior essas aeronaves foram utilizadas. Ministro do atual Governo, indicado pelo Centrão, já fez uso indevido dessas aeronaves e não deu em nada, porque o Centrão exigiu que o tal ministro fosse mantido no cargo. O próprio Lula, possivelmente atendendo aos conselhos de seus assessores, parece ter desistido de um gasto de R$ 400 milhões para aquisição de uma aeronave mais moderna, com apetrechos especiais.
Agora foi a vez da ministra Anielle Franco, de Igualdade Racial, em campanha contra o racismo no futebol, utilizar uma dessas aeronaves para acompanhar uma partida de futebol, num final de semana, onde o seu time do coração, o Flamengo, estaria em campo. Nada contra um ministro usar a aeronave, em missão oficial, mesmo num final de semana. Seria até louvável. O que não ficou bem foi o vídeo gravado no interior da aeronave, com ares muito entusiasmado para quem estava cumprindo uma missão oficial. Não pegou bem e a oposição explora como pode o episódio.
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