Alguns dos "novos" amigos do governador de Pernambuco, Eduardo Campos,
costumam convergir num ponto: são inimigos do PT. Alguns deles até
advogam abertamente que o governador deve afastar-se da legenda se
deseja viabilizar-se eleitoralmente. Até com os "urubus voando de
costa" da Era Lula, Eduardo vem conversando. Com sua verve
característica, o companheiro socialista Ciro Gomes, outro dia, chegou a
perguntar se o seu caminho seria pela direita. Faz todo sentido,
portanto, os comentários do jornalista Carlos Chagas, no dia de hoje,
sobre o discurso do pernambucano. Sua agenda econômica parece pronta:
crescimento, combate à inflação, novo pacto federativo etc. Sobre as
questões sociais, nenhum palavra sequer, como se faria supor de um
governador socialista. Como mesmo afirma o articulista, os usineiros
devem estar festejando, mas e o povo, governador? Por oonde anda o DNA
do avô, Dr. Miguel Arraes, um político de extrema sensibilidade social?
Quando foi eleito, no seu primeiro mandato, Eduardo ainda procurou
cercar-se de alguns simbolismo, como uma visita a Ilha de Deus, uma
comunidade bastante empobrecida do Recife, que nunca antes havia sido
visitada por um governante. Hoje, gradativamente, ele vem construindo
uma plataforma política do centro para a direita, aproximando-se de
atores políticos que sempre rezaram em cartilhas neoliberais e,
escancaradamente, afinando a orquestra com organismos internacionais e a
nata do empresariado brasileiro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário