O parlamentar Javier Milei, candidato da ultradireita às eleições argentinas, em muito se assemelha ao ex-presidente do Brasil, Jair Bolsonaro. Aliás, as plataformas políticas identificadas com esse alinhamento ideológico classificados como de ultradireita são bastante semelhantes em todo o mundo, guardadas algumas idiossincrasias particulares, decorrentes das personalidades de seus representantes. Os bolsonaristas brasileiros, inclusive, comemoram enormemente a ascendência do político argentino, o que representaria, em última análise uma reação dos grupos conservadores, algo que poderia se repetir no país nas próximas eleições.
Aliás, para sermos sinceros, no Brasil eles não levaram apenas a cabeça, pois o corpo está intrinxeirado no Parlamento, produzindo grandes dores de cabeça para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. De concessão em concessão que o presidente precisa fazer - em nome dessa tal governabildade - aos poucos a plataforma política original do PT vai se descaracterizando. Até mesmo os casos de malversação de recursos públicos estão vindo à tona, sendo Lula contingenciado a não demitir os servidores envolvidos, para não criar arestas com seus padrinhos do Centrão.
A rigor, a derrota da direita no país deve ser relativisada. A luta continua, companheiros, como diz o bordão do PT. O mesmo se aplica ao caso do Peru e do Chile, por exemplo, onde a extra-direita contnua comendo o mingau quente pelas beiradas, acossando Gabrile Boric de todas as formas. A Argentina, então, infelizmente, neste momento, reúne toda uma estufa social e econômica permeável à figuras populistas e "salvacionistas" como a de Javier Milei. O canto de fadas atingiu, inclusive, estratos mais empobrecidos da sociedade daquele país, como as favelas, onde a popularidade de Javier está em ascendência. Ele, por outro lado, não se sente confortável em ser comparado ao brasileiro Jair Bolsonaro. Deve ter seus motivos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário