O país, infelizmente, atingiu o estágio de uma preocupante crise institucional, com reflexos sobre a nossa formação cristã. O presidente recentemente eleito da Argentina, por exemplo, trata o papa como um demônio comunista. Francisco, de espírito elevado, já deve tê-lo perdoado. Como a campanha terminou e em breve Javier Milei deve está se mudando para a Casa Rosada, deve priorizar os procedimentos diplomáticos. Já andou até aplainando o discursos. Por aqui, depois da morte de Clériston Pereira da Cunha, sob a custódia do Estado Brasileiro, a alma do rapaz não conseguiu descansar em paz, em meio às polêmicas em torno do assunto.
O defunto já foi atirado sobre a Suprema Corte, sobre o Palácio do Planalto, todos à procura de um responsável pela morte do rapaz. O ambiente político é turvo, carregado. Nenhuma solidariedade cristã em relação àquele ex-parlamentar que se encontra num estado de saúde deplorável, preso num hospital, segundo a família, perdendo a memória progressivamente. Muito pelo contrário. Hoje, através das redes sociais, foram divulgadas algumas postagens sobre a eventual rotina do ex-parlamentar Daniel Silveira na prisão. Ele estaria fazendo um curso de contabilidade, faz limpeza no presídio e ler o escritor tcheco Franz Kafka.
Não sei o que ele procura em Kafka, mas há excelentes reflexões do autor sobre as agruras da burocracia, estados de exceção, arbítrios jurídicos e coisas do gênero. Embora Kafka seja um excepcional escritor, não seria a leitura que recomendaríamos aos presidiários, por razões óbvias. Talvez, do ponto de vista estritamente psicológico, possa agravar seus sofrimentos dentro do sistema.
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