A diplomacia brasileira sempre gozou de grande prestígio internacional. O Instituto Rio Branco é considerado a melhor escola de formação de diplomatas do mundo. Infelizmente, quase nada sobreviveu ou foi preservado pelo tsunami protofascista que o país enfrentou nos últimos anos. No Governo Bolsonaro, as escolhas de nomes para ocuparem cargos relevantes naquele órgão atenderam a critérios nada republicanos, desagradando, inclusive, os próprios servidores de carreira do órgão. As políticas de relações internacionais, por sua vez, atenderam aos critérios mais esdrúxulos, consoante o humor do governante de turno, perdendo-se um enorme capital acumulado ao longo dos anos, desde o Barão do Rio Branco.
Quando assumiu o terceiro Governo, uma das maiores preocupações do Governo Lula foi tentar recuperar esse protagonismo brasileiro no campo das relações internacionais. Mesmo assim, o desarranjo ou os prejuízos institucionais produzidos parecem ter sido de uma dimensão gigantesca, sugerindo que vai levar tempo para termos de volta o Brasil ocupando os espaço de antes no tabuleiro das relações internacionais. Faltou, inclusive, assessoria e humildade a Lula. Ele acabou se metendo em enrascadas que não tem solução, como advertia o historiador inglês Eric Hobsbawm. Mais recentemente, os primeiros pronunciamentos sobre o conflito no Oriente Médio também produziram ruídos, provocando consequências como o eventual "atraso' na liberação de brasileiros em zonas de conflito, assim como as provocações da exibição de filmes com as atrocidades cometidas por membros do Hamas.
No Ministério das Relações Exteriores há um ministro efetivo, além de um assessor especial, o que já se configura num problema. É aquela velha história: o governo Lula não pode errar em algumas áreas estratégicas. As relações internacionais é uma delas. Já existe pleito da Oposição para uma explicação sobre a não existência de representante diplomático do país no Catar, quando pululam indicações de assessores para representações diplomáticas em países como a França, por exemplo. Mesmo com a prega de percevejos.
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