As relações entre o PSB e o PT não são mais as mesmas de antes das eleições presidenciais de 2022, quando ambos os partidos constituíram uma aliança exitosa, que conduziu Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República. Logo em seguida, o butim foi repartido, cabendo aos socialistas três ministérios: o da Justiça e Segurança Pública, Portos e Aeroportos, Desenvolvimento, Industria, Comércio e Serviços, este último entregue ao vice, Geraldo Alckmin(PSB-SP). Diante das contigências impostas por um Legislativo hostil, Lula precisou abrir negociações com a Oposição, visando reunir as condições mínimas de governabilidade.
Com isso, precisou abrir espaços na máquina e liberar verbas para o Centrão, o que não produziu os resultados esperados até hoje. Há sérias dúvidas sobre as contrapartidas, negociadas ponto por ponto, num jogo intrincado, protagonizados por grandes raposas políticas. A situação está se tornando tão complicada, que até indicações para a PGR e para vagas abertas no STF precisam passar pelo crivo do Centrão, sob pena de serem rejeitadas durante a sabatina. Até recentemente, por ocasião da votação da Reforma Tributaria, por muito pouco, o Governo não foi derrotado.
Nesta última minirreforma ministerial, os socialistas perderam espaço no Governo. O Minsitério de Portos e Aeroportos foi entregue aos Republicanos, ocupado pelo Deputado Federal por Pernambuco, Sílvio Costa Filho, que ainda não despachou com o morubixaba petista. Como prêmio de consolação, foi criado um Ministério das Pequenas e Médias Empresas, que ainda carece ainda, até mesmo, de um organograma. Na realidade, seria uma secretaria, antes subordinada ao Ministério de Indústria e Comércio, que adquiriu status de ministério.
Um outro fator que vem produzindo algumas divergências diz respeito às próximas eleições municipais. Por razões naturais, neste momento, cada partido procura ampliar seus espaços junto ao eleitorado. Em princípio, toda agremiação partidária deseja o poder. Mesmo o Planalto tendo um candidato oficial em São Paulo, o Deputado Federal Guilherme Boulos, do PSOL, o vice-presidente, Geraldo Alckmin, resolveu bancar a candidatura da conterrânea Tabata Amaral(PSB-SP), à Prefeitura de São Paulo, o que, segundo dizem, teria produzido algumas ranhuras junto ao núcleo duro do presidente Lula.
A eleição para o Edificio Matarazzo, em São Paulo, será uma das mais renhidas disputas, onde as forças de Governo e Oposiçao devem se engalfinhar, antecipando cenários para 2026. A cada dis surge um fato novo. Agora é um ex-Ministro da Educação do Governo Bolsonaro, hoje arrependido, cogita lançar sua candidatura. Resta saber como ele pretende se posicionar para o eleitorado, uma vez que não é confiável nem de um lado, nem do outro.
O PDT, por sua vez, também promove alguns ajustes internos, igualmente de olho nas próximas eleições municipais. Suas lideranças já perceberam que não será possível manter na mesma legenda os grupos dos irmãos Ferreira Gomes, Cid Gomes e Ciro Gomes. Neste sentido, é dada como certo o ingresso de Cid Gomes no PT, juntamento com o seu grupo político. A cereja do bolo dos socialistas continua sendo o filho do ex-governador Eduardo Campos, atual prefeito do Recife, João Campos(PSB-PE), que já se movimenta em torno das eleições de 2026.
A reeleição em 2024 é apenas uma etapa deste planejamento. Sabedores deste projeto e com uma reeleição praticamente garantida, seus aliados passaram a brigar pela estratégica vaga de vice nas eleições de 2024. O PT já acenou até com uma candidatura própria, com o objetivo de ampliar o seu poder de barganha. Apesar das movimentações recentes da governadora Raquel Lyra(PSDB-PE), sugerindo que ela desejava tirar o PDT da base aliada do prefeito, caciques da legenda asseguram que a aliança está mais consolidada do que nunca e pretendem brigar para manter a Deputada Izabella de Roldão na condição de vice, para as eleições de 2024. Uma coisa podemos assegurar aos leitores por aqui: João Campos não entregará a vice ao PT. Traz o DNA político do pai.
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