Antes do processo de privatização a que foi submetida, a antiga CELPE - Companhia de Eletricidade do Estado de Pernambuco - tinha um excelente serviço de plantão. Profissionais atenciosos, de reconhecida qualificação técnica, que atendiam bem às necessidades da população. Não posso avaliar como as coisas funcionam atualmente, mas duvido muito que seja nos mesmos níveis de antes, onde havia respeito ao consumidor, eficiência e qualidade técnica. Pois bem. Essa introdução é para observar que há seis dias alguns bairros de São Paulo sofrem com a ausência de eletricidade nos seus lares. O problema ocorreu um pouco antes do ENEM, suscitando, inclusive, a amplificação dos danos advindos do problema.
No dia de ontem, a professora Clarice Ferraz, do Instituto Ilumina, destrinchou a caixa-preta do problema, apontando o enredo nefasto comum a tais processos de privatizações, como o aumento das tarifas; racionalização dos serviços; rodízio e redução do quadro funcional; gestão de resultados focada nos lucros, sem o menor compromisso com a qualidade dos serviços prestados ao consumidor. Este é um enredo, aliás, muito antigo. Uma das primeiras providências dessas operadoras do sistema, depois dos serviços privatizados, é o enxugamento do quadro funcional, objetivando o aumento de suas taxas de lucro operacionais. Fazem isso sem qualquer critério e, não raro, empregam funcionários pouco qualificados e sem a espertise acumulada durante anos atuando no sistema, gerando erormes dificuldades de operacionalização.
Neste caso específico de São Paulo configuram-se, absurdamente, todas as teorias envolvendo essa questão. A explicação para o problema não ter sido solucionado diz respeito exatamente à ausência de recursos técnicos e humanos existentes. Em seu iluminado depoimento, Clarice Ferraz observou, inclusive, o caso da Eletrobras, segundo ela, gerida por um executivo do setor bancário. Vamos reestatizar logo isso, Lula?
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