Em política, ocorrem algumas coisas curiosas. Existe a possiblidade de o Planalto não ter se empenhado devidamente em rejeitar a PEC do STF, geradora de uma indisfarçável crise política. O bate-bola está quente de ambos os lados, ou seja, ora com protagonistas do Poder Legislativo, ora com protagonistas da Suprema Corte, em defesa da inconstitucionalidade da medida. Em discurso recente, marcado por uma contundência incomum, O Presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco, rebateu a tese da inconstitucionalidade da PECe afirmou que não aceitará sua derrubada, exceto se submetida ao pleno do STF. Para o STF, ficou nítido a falta de empenho do Planalto em votar contra a matéria. O que se comenta nos escaninhos da política é que o seu líder no Senado Federal, o senador baiano Jaques Wagner, recebeu sinal verde para votar conforme suas convicções pessoais. O placar, numa matéria de interesse da Oposição bolsonarista, foi acachapante.
Como se diz aqui no Nordeste, é briga de cahorros grandes. Em querelas desse porte, convém não se meter. O Planalto, duramente atingido pela crise, parece correr atrás do prejuízo, com medidas de reconciliação regadas ao repasto da culinária nordestina. Lula, com seus principais nomes da área jurídica, convidou ministros da Suprema Corte para um churrasco. Assim como ocorreu com o hoje Ministro Cristiano Zanin, vazou a informação de que o morubixaba petista já teria batido o martelo em termos dos nomes do procurador Paulo Gonot para a PGR e, até surpreendentemente, sinalizou que o indicado para o STF será mesmo o seu atual Ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, presente ao encontro.
Em tese, a indicação tira o ministro da fogueira em que ele está metido no Ministério da Justiça. Por outro lado, o Planalto deverá enfrentar mais uma batalha campal junto às hostes bolsonaristas, que rejeitam peremptoriamente o nome de Flávio Dino. Por questões já discutidas por aqui, Flávio Dino é o ministro do Governo Lula mais odiado pela Oposição bolsonarista. Caso se confirme essa hipótese, que os leitores preparem a pipoca porque vamos ter uma das sabatinas mais quente da República. Caso raro, até mesmo a possibilidade de uma rejeição não está descartada.
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