Circula nas redes sociais mais um daqules vídeos que logo será censurado pela própria plataforma, sob o argumento de conteúdo sensível, onde um servente de pedreiro de São Paulo, Matias Menezes Caviquiole, de 24 anos de idade, é morto depois de alvejado no peito por um agente da Polícia Militar de São Paulo. Logo em seguida, a Assessoria de Comunicação da Polícia Militar de São Paulo deve soltar uma nota, lamentando o fato e informando que estará instaurando algum inquérito interno para apurar as circunstâncias da ocorrência. Em termos de segurança pública, estamos vivendo um momento bastante delicado no país. Segundo alguns observadores, já poderíamos perfeitamente mencionar o termo "crise' ao se referir ao assunto.
O cidadão aludido acima era pai de uma criança de dois anos, de quem tomava conta sozinho, e estava com as mãos para o alto, desarmado, completamente dominado. No jargão policial, rendido. A reação do policial, neste caso, teria sido desproporcional e desnecesária, uma vez que a situação estava sob controle. Ressalto aqui três questões preocupantes. Os altos índices de letalidade na atuação das corporações policiais militares por todo o país. Outro dia um professor de Ciência Política observou que tal fato ocorre, até mesmo, em estados controlados por forças do campo popular, de esquerda, como é o caso do estado da Bahia, de onde se conclui que as teses alardeadas de respeito aos direitos humanos não encontram ressonância na realidade obervada; Paralelamente a este fato, ocorre, igualmente, um aumento sensível do índice de policiais com problemas psicológicos, em alguns casos cometendo suicídio; outro fator preocupante, sobretudo sob a égide do bolsonarismo, foi a instrumentalização política das polícias militares nos últimos anos.
A narrativa do "bandido bom é bandido morto" deve ter produzido um efeito extremamente danoso à tropa, sobretudo em alguns estados controlados por atores políticos ligados ao bolsonarismo, onde o lema é reproduzido por agentes públicos que teriam obrigações mais importantes a zelar. É bom que se diga que tal lema não se reproduz apenas nas "bravatas', mas, por exemplo, quando se criam dificuldades para o uso das câmaras que filmam as operações desses policiais em serviço. Desde o primeiro Governo Lula que foi elaborado um grande projeto de segurança pública para o país. Por alguma razão, tal projeto ainda se encontra engavetado.
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