Neste fim de semana, tanto a presidente Dilma
Rousseff, do PT, como o senador Aécio Neves (PSDB-MG) mostraram força;
enquanto ela inaugurou, em Brasília, a mais bela arena da Copa de 2014 e
exaltou a criação de 4 milhões de empregos
em dois anos, ele afirmou que fará mais e melhor, num evento em que os
tucanos demonstraram união, garra e vontade de vencer; será que depois
de cinco eleições polarizadas entre PT e PSDB, com o placar de 3 a 2
para os petistas, o Brasil caminha para mais uma?
247 – Brasília viveu, neste sábado, um dia de
rara agitação política. De um lado, diante de uma plateia eminentemente
petista, a presidente Dilma Rousseff inaugurou o Estádio Nacional de
Brasília, a mais bela arena da Copa de 2014, com suas cadeiras vermelhas
como a bandeira do PT, e condenou o “complexo de vira-latas”
diagnosticado por Nelson Rodrigues. “Estas arenas são exemplos da
capacidade de realização do povo brasileiro”, disse a presidente, que
falou também da criação de 4 milhões de empregos em dois anos.
A poucos metros dali, no centro empresarial Brasil 21, as cores eram
o azul e o amarelo do PSDB. Num evento em que muitos previam encontrar
um PSDB dividido, o que se viu foi completamente diferente. Discursos
engajados, com garra, gana de vitória e unidade em torno do senador
Aécio Neves (PSDB-MG), pronunciados por lideranças como José Serra,
Geraldo Alckmin, Marconi Perillo, Arthur Virgílio Neto e Fernando
Henrique Cardoso. Entre uma fala e outra, a canção Coração Civil, de
Milton Nascimento, dava um toque de emoção ao encontro. “A missão é
muito difícil, mas não é impossível”, enfatizou o presidenciável tucano.
Pela primeira vez, desde que foi lançado candidato, Aécio olhou nos
olhos de seus companheiros e transmitiu a ideia de que está no jogo não
para competir – mas, sim, para vencer. Dilma, por sua vez, colecionou
mais um trunfo importante. Das seis arenas da Copa das Confederações,
cinco estão prontas e a sexta, de Recife, será entregue na
segunda-feira. Para quem apostava numa Copa de 2014 medíocre, o Brasil
caminha para realizar o evento em grande estilo. “Será a melhor de todos
os tempos”, disse a presidente.
De certa forma, o sábado em Brasília foi quase uma prévia do que será
2014. Enquanto os petistas comemoravam estar ofuscando a convenção do
PSDB, com a inauguração do Mané Garrinha, os tucanos prometiam entrar em
campo para vencer. “Temos o melhor time do Brasil”, disse o senador
mineiro, no encontro que teve duas presenças importantes. A do deputado
Roberto Freire, do PPS, que parecia fechado com Eduardo Campos, e a do
senador Agripino Maia (DEM-RN), que também pendia para o PSB.
Aécio mostrou força num momento em que muitos que apostavam numa
terceira via começam a questionar a viabilidade da candidatura de
Eduardo Campos. Além disso, a Rede Sustentabilidade, de Marina Silva,
depende do Supremo Tribunal Federal para se viabilizar. Diante desse
quadro de incertezas, é possível que a eleição de 2014 seja novamente um
Fla-Flu entre PT e PSDB. Até agora, os petistas levam vantagem, com as
duas eleições de Lula, em 2002 e 2006, e a vitória de Dilma, em 2010,
contra as duas conquistas de Fernando Henrique Carodoso, em 1994 e 1998.
Será que 2014 será mais um ano de eleição polarizada entre as duas principais forças políticas do País?
(Brasil 247)
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