Continuam num
duelo de espadas florentinas, mas sabendo da impossibilidade de ser
vibrado o derradeiro golpe, já que a um interessa a preservação do
outro, e vice-versa. Falamos das atuais relações entre Dilma e o PMDB.
Ela precisa do partido e o partido, dela, caso contrário a reeleição de
2014 pode ir para as profundezas. O problema é que a presidente imagina
manter a legenda subserviente a seus interesses, e a legenda procura
tirar o máximo da presidente em termos de espaços de poder. Por isso
batem de frente, numa disputa que transcende questões pontuais como a MP
dos Portos. Trata-se de uma tertúlia que vem da eleição de 2010 e
permanecerá até 2018, se tiverem sucesso na conquista do segundo
mandato para Dilma e para Michel Temer.
Fica evidente que não
são para valer as exigências e as ameaças de parte a parte. O PMDB
inseriu Eduardo Cunha na liderança da Câmara, sabendo que ele se
constituía numa pedrinha no sapato de Dilma, que de seu turno limita as
liberações de verbas para emendas individuais peemedebistas. É mais ou
menos como no circo, onde o domador estala o chicote e o leão ruge,
sabendo ambos que toda noite tem espetáculo. No trapézio, torcendo pelo
leão, o PT gostaria que Dilma liquidasse ou ao menos se
indispusesse em termos definitivos com seu maior aliado, tornando-se a
única base parlamentar do governo que teoricamente é dele, mas na
prática está aberto a outros personagens circenses, inclusive os
palhaços.
Ouve-se com
insistência que falta um diretor de cena no picadeiro, pois qualquer um
que seja testado acaba fracassando, de Ideli Salvatti e Gleise Hoffmann.
Mas enquanto o dono do circo permanecer na bilheteria, faturando e
selecionando as próximas cidades para onde se deslocará a troupe, as
coisas permanecerão como estão. O diabo é se o Lula resolver que o leão
está velho e desdentado, devendo ser substituído por outro bicho...
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