pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO: Lula, o africano, artigo de Pedro Luiz Rodrigues
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sexta-feira, 10 de maio de 2013

Lula, o africano, artigo de Pedro Luiz Rodrigues

Por Pedro Luiz Rodrigues

A África parece ter conquistado lugar definitivo na agenda de interesses do Brasil e isso se deve, em grande medida, não há como negar, à firme determinação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Desde que assumiu a Presidência, em 2003, Lula priorizou  (e modernizou) nossas relações com a África e os países africanos. Deixamos de percebê-los pela ótima exclusiva do espelho-retrovisor e passamos a nos entender como companheiros de jornada.

Os vínculos seculares com a África e seus povos estão indelevelmente marcados na fisionomia e no temperamento dos brasileiros e brasileiras. Nossa herança africana não se limitou ao aspecto mais superficial da epiderme, mas, muito mais ampla e profunda, açambarcou nossa alma, nossos valores. Somos trabalhadores, somos musicais, sabemos rir, temos ainda um resquício de banzo, essa “nostalgia, como os negros da Costa quando vinham para cá, e ainda depois de cá estarem”.

Em suas primeiras viagens ao continente, Lula visitou algumas das muitas portas pelas quais milhões saíram da África, forçadamente, para o Brasil e as Américas. No Benin, à beira-mar, esteve na Porta do Não-Retorno. Em Gana, esteve com os tabons (ex-escravos retornados) e visitou o forte de Elmina (São Jorge da Mina). Visitou, também, no Senegal, a ilha de Gorée. Sua proposta não era apenas a de registrar o testemunho do passado e “pedir perdão pelo que fizemos aos negros”, mas a de olhar para frente, e na medida do possível, participar da construção de um futuro comum.



De fato, desde que assumiu a Presidência, em 2003, Lula preocupou-se em promover uma mudança qualitativa de nossos vínculos com os países africanos. Pela primeira vez na história, perderam sua conotação exótica ou periférica, para assumir posição de relevo, com o estabelecimento de iniciativas concretas  para cimentar a aproximação, em particular na esfera da cooperação.

Esse trabalho começou cedo. No mesmo ano em que tomou posse, o Presidente Lula fez seu primeiro tour africano, visitando São Tomé e Príncipe, Angola, Moçambique, Namíbia e África do Sul. No ano seguinte voltou a São Tomé (para reunião da CPLP) e visitou o Gabão e Cabo Verde. Em 2005, Lula visitou cinco países africanos: o Camerún, a Nigéria, Gana, Guiné-Bissau e Senegal. Em 2006, Lula visitou o Benin, a Argélia, Botsuana, a África do Sul e a Nigéria ( onde foi para participar da I Cúpula África-América do Sul, realizada em Abuja, onde tive a oportunidade de recebê-lo). Em 2007 realizou visitas de Estado a Angola, ao Congo (Brazzaville) e a Burkina Faso, além de participar, em Johanesburgo, de reunião multilateral. Em 2008, visitou Moçambique e esteve em Gana (reunião multilateral), em 2009 visitou a Líbia. Seu último ano de governo foi também o mais intenso em termos africanos, tendo visitado seis países: Cabo Verde, Guiné Equatorial, Quênia, Tanzânia, Zâmbia e África do Sul.

Quantidade, obviamente, não é tudo. Mas o número de visitas é importante para indicar a prioridade atribuída ao continente africano pelo governo brasileiro. Nessas viagens não somente foram assinadas declarações de amizade, mas foram estabelecidas, também, pontes sólidas para um relacionamento mais diversificado e profundo entre o Brasil e seus vizinhos do outro lado do Atlântico,

Pretendo, ao longo do tempo, ir escrevendo sobre como andam as relações do Brasil com cada um dos países africanos.
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