Governador, vamos discutir as críticas de Michel Zaidan no campo das ideias!
Curioso o expediente utilizado pelas oligarquias políticas
pernambucanas para responder às críticas do professor Michel Zaidan
Filho. Nesses últimos anos, nós, que acompanhamos esses embates, nunca
vimos um artigo assinado por aqueles que se sentiram diretamente
atingidos ou réplicas de caráter republicano, respeitando-se o direito
do dissenso, a liberdade de expressão de um cidadão em externar seus
pontos de vista. Nenhuma reposta que trate diretamente das questões que
estão sendo apontadas pelo professor. Acintosamente, esse áulicos,
bajuladores, assessores ou outro bicho que o seja, partem para a
agressividade, atacam a honra do professor ou disseminam informações
capciosas sobre o seu perfil psicológico, algo que mereceria uma
representação das entidades que disciplina a atuação desses
profissionais. Que nos conste, nenhum deles tem formação em psicologia
ou psiquiatria para emitirem laudos nessa área específica do
conhecimento. Vamos debater, caros, no terreno das idéias. Ainda prefiro
com o acento. Uma das questões apontadas pelo professor no seu último
artigo dizia respeito à política de isenção fiscal praticada no Estado
de Pernambuco. Ele, que anda de ônibus, afirmou que até as empresas de
transporte coletivos estão sendo beneficiadas. De acordo com Michel, o
Governo do Estado comete uma contradição. Fala num novo Pacto
Federativo, advogando que os tributos da União sejam melhor
distribuídos, e aqui, no província, deixa de recolher impostos que
poderiam ser financiadores de políticas públicas para atender as
demandas sobretudo dos estratos populacionais mais empobrecidos. Se o
"dono do cofre', um dos nomes que estão cotados para suceder Eduardo
Campos for consultado, é bem possível que estabeleça o mesmo raciocínio.
Quem se incomoda com isso, possivelmente, são aqueles coronéis
representantes das oligarquias políticas do Estado, que consideram que
recursos públicos são para cavar poços em suas propriedades ou adquirir
terrenos superfaturados. É muito difícil conviver num Estado forjado
numa cultura hierarquizada, demarcada em pólos tão díspares: senhores e
escravos. Ou se é Cavalcanti ou se é cavalgado. Encasteladas nas
estruturas do Estado, essas oligarquias políticas passam vaselina nos
"novos" discípulos e usam de todos os expedientes para silenciar quem
naõ se submete às suas razões. Até bem pouco tempo, o governador Eduardo
Campos falava em mudar os "costumes" políticos onde, apenas orientadas
pelo critério político, são indicadas pessoas para ocuparem funções
públicas. Falava-se até mesmo nos chamados comitês de busca que, se
merece alguns aperfeiçoamentos, ainda assim é melhor do que a simples
indicação por algum coronel. Logo ele percebeu que não teria como
enfrentar os Sarney da vida, quem mantém suas capitanias hereditárias e
alguns feudos intocáveis nesse arremedo de república. À época,
um dos senadores de Pernambuco falava na nessidade de, em algum momento,
alguém emendar o bigode com Sarney. Quanto ao outro tema, tratado pelo
professor Michel, é um fato que a saúde virou um grande negócio nas mãos
de capitalistas inescrupolosos, que se tornaram detendores do direito
de viver ou de morrer. Tudo isso com a leniência ou complacência do
Estado. O professor usa o SUS, mas vocês que possuem plano de saúde
sabem disso. Enquanto você só faz exames de rotina para conhecer os
andamentos das taxas de glicose, colesterol está tudo bem. Precisando de
uma UTI, somente recorrendo à Justiça. Basta fazer uma pesquisa simples junto
aos leitos dos hospitais da elite pernambucana, localizados notadamente
na Ilha do Leite. Convidamos os senhores secretários da Fazenda
Estadual e da Saúde para se pronunciarem sobre as críticas do professor.
Agora, por favor, utilizem um procedimento mais republicano. Não
fiquem atacando a honra ou fazendo ilações descabidas, assinadas por
bajuladores de plantão.
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