pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO. : Editorial: Buraco negro é um termo racista? Ou o excesso de identitarismo.
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quinta-feira, 2 de novembro de 2023

Editorial: Buraco negro é um termo racista? Ou o excesso de identitarismo.



Repercute bastante uma afirmação da Ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, classificando o termo "buraco negro' como sendo um termo com conotaççoes racistas. Nada contra o identitarismo, mas todo o excesso não é bem-vindo. Tomamos um cuidado enorme aqui pelo blog para não incorrer no politicamente incorreto e tornar-se alvo dos inevitáveis patrulhamentos. Há um amigo que afirma que estamos ficando  parecidos com robôs, perdendo completamente a espontaneidade, numa busca frenética pelos termos mais corretos para se referir a determinadas situações do cotidiano. Este amigo, numa reunião de condomínio foi enxotado por utilizar o termo "samba do crioulo doido', ao se referir aos constantes problemas relativos ao elevador do prédio onde reside. 

Usar o termo "esclarecer" também não fica bem, ao sugerir que tudo que não está bem claro é remetido à raça negra. O índex dos termos politicamente incorretos é grande e só tende a aumentar, engrossando o dicionário das ofensas que poderiam ser enquedradas como de cunho racista. O termo "meia tigeja', utilizado quando desejávamos nos referir à meia pataca ou algo sem muita importância, entrou no index porque tem sua origem etimológica relacionada às minas de exploração de ouro de Vila Rica e, por conseguinte, à raça negra. Os escravos tinham uma meta de recolhimento de ouro a cumprir. Quanto não conseguiam atingir a meta, também não recebiam a refeição completa, tendo que se contentar com a meia-tigela. Neste caso, até os dicionários Aurélios precisam ser revistos.  

Outro dia precisamos fazer uma alteração num texto de um romance - que já estava no prelo - por recomendação dos editores. Não usamos o adjetivo "gordo", o que poderia ser enquadrado como  gordofobia, mas, numa digressão livre da literatura, informamos que o cidadão precisava usar os dois assentos do coletivo que utilizava. Até autores consagrados da nossa literatura estão sendo submetidos a tais intervenções em suas obras, nessa onda de um identitarismo exacerbado, que só contribui para desacreditar seus objetivos nobres iniciais.  

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