Um militar de alta patente se manifestou sobre o encontro de Lula com o Papa, tratando o Chefe do Executivo do país como um vigarista. Segundo informações dos escaninhos militares, o oficial deverá ser punido. Durante a semana, um ex-Ministro da Defesa, José Genoíno, manifestou suas preocupações sobre que ele classifica como uma estratégia de blindagem dos militares envolvidos na tentativa de golpe do dia 08 de janeiro. A relação entre militares e poder civil no Brasil nunca estiveram pacificadas, tampouco, em algum momento, foram harmoniosas.
Louve-se o esforço recente de alguns militares legalistas, de perfil democrático, no sentido de despolitizar as Forças Armadas, mas, a rigor, estamos diante de um problema que, equivocadamente, alguns atores políticos insistem em minimizar. Um deles, sentado numa bomba armada, já disse que está "cansado" de ouvir falar em golpe. Como se não tratar do assunto ou negligenciá-lo fosse a saída do problema. O cabo de guerra ainda está esticado. Há rumores de que o Governo dos Estados Unidos teriam feito gestões junto a setores militares no Brasil no sentido de dissuadi-los dessas intentonas de caráter antidemocráticos.
As falas do militares ouvidos nas CPIs que tratam deste assunto deixam muito claro isso, apontando minúcias de possíveis relatórios falsos emitidos por orgãos de inteligência; alteração na rotina de mobilização de efetivos militares justamente no dia 08 de janeiro; preparativos minuciosos, com envolvimento de oficiais de alta patente naquelas tessituras antidemocráticas; amparo "legal" das medidas de exceções que deveriam serem adotadas. Enfim, um manual e um roteiro completo do golpe. Ou as nossas instituições democráticas realizam uma devassa da devassa nesses estertores - desarmando esses artefatos golpistas de uma vez por toda - ou teremos mais encrencas pela frente. Infelizmente.
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