Quando ocorreu o Golpe Civil-Militar de 1964, alguns anos depois, surgiu a informação de que as forças legalistas mantinham controle sobre um dispotitivo militar que poderia ter sido usado para abortar aquela investida contra as instituições democráticas no país. Intigado a fazê-lo, o ex-presidente João Goulart, pacífico por natureza, se recusou a utilizar esse dispositivo militar. Difícil saber se, de fato, os democratas e legalistas dispunham desse tal dispositivo, mas, assim como as trapalhadas de agora, também em 1964, ocorreu uma "precipitação" dos militares golpistas que, se tomadas as devidas providências militares, de fato, sim, poderia ter interrompido o processo, segundo alguns analistas.
Segundo o antropólogo Darcy Ribeiro, a tropa do general Olympio Mourão Filho era formada por recrutas inexperientes que, se houvesse ua reação mililtar legalista à altura, com algumas rajadas de metralhadora, os recrutas voltariam para suas casas para tratarem a disenteria. As revelações obtidas pelas gravações e mensagens do ajudante de ordens, identificando alguns militares artífices dos planos golpistas do dia 08 de janeiro, constatam que tais oficiais ainda continuam em seus postos de comando, com dispositivos militares à sua dispoisão, o que se constitui numa temeridade, pois eles continuam em condições de tentarem subverter o processo democrático.
Ainda no dia de ontem, Lula se reuniu com o Ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, para tomarem providências em relação a este assunto. O presidente da CPMI dos Atos Golpistas, o Deputado Federal Arthur Maia, já informou que todos os artífices da frustrada tentativa de golpe serão convocados. A sociedade brasileira precisa, sim, desses esclarecimentos.
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