Estamos passando por um momento de grande polarização política, onde a guerra de narrativas constitui-se numa arma bastante perigosa. Em tais circunstâncias, não sabemos se a melhor estratégia seria a de alimentar essa guerra de narrativas, com falas menos cuidadosas. Hoje, dia 30, alguns órgãos da mídia e as redes sociais - ainda com superioridade do bolsonarismo - estão malhando o presidente Lula por duas falas: Ao afirmar o "relativismo" da democracia e dizer que sente orgulho de ser comunista.
Ora, Lula nunca foi comunista. Até o general Goubery do Couto e Silva, o bruxo do regime militar instaurado no país após o golpe civil-militar de 1964, sabia disso. Suas falas, no entanto, estão alimentando a propagação de uma narrativa que pode prejudicar a sua imagem junto a algns setores da sociedade, para um pouco além das hordas bolsonaristas, o que não se constitui num bom "encaminhamento", sobretudo num momento em que o Governo pretende reabrir o diálogo com os evangélicos e com o agro. A inelegibiludade de Bolsonaro cria um vácuo político que poderia ser, estrategicamente, bem explorado. Mas não com falas desse tipo.
As hordas digitais bolsonaristas conseguiram colocar o termo "comunista" no primeiro lugar do Trending Topics Twitter Brazil. Já faz algum tempo que a área de comunicação institucional do Governo vem sendo criticada. Com Lula, então, isso ocorre desde a campanha, quando ele acabou falando demais e produzindo alguns ruídos desconfortáveis junto ao eleitorado. A tese que Lula precisa defender sempre é que venceu as últimas eleições presidenciais exatamente por se colocar como um contraponto à perspectiva autoritária e desumana representada por seu adversário.
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