Um dos grandes acertos na escalação do ministério do presidente Lula foi a indicação do nome da pesquisadora Nísia Trindade para o Ministério da Saúde. Nísia reúne três qualitativos fundamentais: Sólida formação acadêmica na área; compromisso com a população e uma carreira irretocável na máquina pública. Na gestão anterior, o Ministério da Saúde passou por um apagão de gestão, de consequências funestas para a sociedade brasileira. Era fundamentalmente importante que as coisas fossem corrigidas por ali neste governo. Pontualmente, os avanços estão sendo observados, com a retomada de ações que procuram, de fato, atender às demandas da sociedade brasileira nesta área nevrálgica.
Com o maior orçamento da Esplanada dos Ministérios, no entanto, o Ministério da Saúde passou a ser alvo da cobiça do Centrão assim que Lula assumiu o Governo. É bom que se diga que a pressão do Centrão pelo ministério não é recente. Diante das contingências, o Ministério da Saúde amplia a estratégia de apresentar as ações da pasta para a população, através de novos expedientes de comunicação, numa clara evidência de que a ministra está prestigiada. É uma sinalização de Lula no sentido de informar que não pretende fazer mudanças naquele ministério, recado que já foi enviado aos líderes do Centrão.
O interesse do Centrão por aquele ministério não diz respeito às preocupações de natureza republicanas, como todo mundo está cansado de saber. A questão é que, além de verbas generosas, o Ministério da Saúde é um grande facilitador das chamadas emendas do relator, o que explica tornar-se o alvo da cobiça dos parlamentares que integram aquele grupo político. Lula precisa tomar consciência sobre até onde pode ceder, sob pena de descaracterizar completamente o seu Governo, que já se encontra com algumas ranhuras visíveis.
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