Não causou nenhum espanto a este editor a notícia recente de que o poeta chileno, Pablo Neruda, não teria morrido de causas naturais, mas como resultado de um possível envenenamento. Pouco antes de morrer, ele queixava-se de uma transferência inusitada de uma unidade hospitalar para outra, assim como a administração de uma medicação, segundo ele, fora da rotina. Aqui no Brasil, durante aqueles dias sombrios da ditatura militar, existiam médicos que acompanhavam as sessões de tortura de presos políticos com o propósito de informar aos torturadores sobre as reais condições físicas dos torturados.
Alguns deles foram além, estabelecendo conluios mais efetivos com os ditadores, aplicando injeções letais nos desafetos do regime, levando-os a óbito. Um deles foi justiçado quando transitava tranquilarmente pelo calçadão de Copacabana. Está sendo massacrado pelas redes sociais um jurista que teria emprestado seus conhecimentos do direito para dar suporte legal às investidas autoritárias daqueles que estavam articulando o mais recente projeto de um regime autoritátio no país, flagrados no celular do ajudante de ordens.
A formação acadêmica, em muitos casos, não quer dizer muita coisa não. Um dos nomes mais fortes da ditadura do Estado Novo em Pernambuco, entre as décadas de 30\40 do século passado, havia cumprido todas as etapas acadêmicas - da graduação ao doutorado - e tinha no currículo uma passagem pelo mais tradicional ginásio do estado à época, como professor catedrático, onde os professores só eram admitidos depois de defenderem uma tese de livre-docência. Antes havia passado pela Faculdade de Direito do Recife.
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