O que nos surpreende nesses enredos é a absoluta discrepância entre as mensagens de celulares trocadas entre os principais artífices dessas manobras e suas falas, quando caem na malha da justiça ou quando são convocados a se pronucinarem sobre o assunto durante as sessões das comissões criadas para investigarem esses atos. Ainda não ouvimos um deles assumir que é golpista, entregar detalhes das tramas antidemocráticas urdidas nos estertores sombrios do obscurantismo, e coisas assim. Coragem mesmo apenas através dos grupos de ZAP.
É curioso esse comportamento, mas, a rigor, já seria esperado. Se a trama golpista tivesse sido exitosa, eles estariam por aí perseguindo os democratas com todo o arbítrio possível, com uma sanha e uma coragem incomum, posto que de posse dos instrumentos e facilidades criados para este fim. É necessário que as nossas instituições democráticas punam com o rigor necessário aqueles atores que tramaram contra ela. Infelizmente, vivemos num país de conchavos, onde tudo se resolve com um tapinha nas costas. Um dos atores mais estratégicos nesse processo já afirmou que está "cansado" de ouvir falar de golpe.
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