Entre a noite e madrugada dos dias 11 e 12 de novembro de 2015, a população do estado do Ceará foi vítima da maior chacina cometida por uma ação de policiais que integram a Polícia Militar daquele estado. Depois de um caso de latrocínio envolvendo um policial militar, batalhões da ativa e até policiais de folga foram utilizados para realizarem uma mega operação em bairros do entorno da Messejana, uma lagoa localizada na região metropolitana de Fortaleza. Arbitrariamente e com nítidas violações de direitos, 11 jovens foram mortos na ocasião, alguns deles executados sumariamente.
A tragédia ficou conhecida como "Chacina do Curió". Durante esse período, ocorreram ações envolvendo o Ministério Público daquele estado, assim como das "Mães do Curió", que promoveram intensas mobilizações populares clamando po justiça. No dia de ontem, elas e a comunidade obtiveram a primeira vitória. Quatro militares envolvidos na chacina foram condenados a 1.100 anos de prisão. Ainda é possível recursos, mas eles já estão cumprindo pena, em caráter de prisão preventiva.
Essa mobilização das "Mães do Curió" lembra um pouco as mobilizações das Mães da Praça de Maio, na Argentina, que cobravam justiça contra seus filhos, mortos e desaparecidos dutante a ditatura militar naquele país. Com o tempo, e consequentemente a idade, elas passaram a ser tratadas como as Avós da Praça de Maio. O que não mudou foi a disposição de lutarem por seus direitos e por justiça. Uma das lideranças das "Mães do Curió", ouvida a esse respeito por um canal de comunicação, a vitória não seria delas, mas de todos os jovens cearenses. Salve!
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