Depois de muita resistência de setores do Governo Lula, o nome do general Gonçalves Dias, ex-Ministro-Chefe do GSI, finalmente, deve ser ouvido pela CPMI dos Atos Golpistas de 08 de janeiro. Sua convocação pela CPI Distrital, criada para investigar o mesmo assunto, parece ter sido menos problemática. No dia de ontem, o general compareceu em audiência àquela comissão, quando teve a oportunidade de apresentar a sua versão dos fatos ocorridos em 08 de janeiro, quando vândalos invadiram a sede dos Três Poderes, em Brasília, com o propósito de instaurar o caos e criar um ambiente político propício para a decretação de um golpe de Estato.
O general fez uma exposição inicial, em torno de 40 minutos, onde enfatizou a sua formação na carreira militar e as circunstâncias em que serviu ao Governo Lula, em substituição ao general Augusto Heleno, também ouvido naquela mesma comissão. O clima na CPI do Distrito Federal é sempre mais tranquilo, por razões conhecidas. Assim, diferentemente do climão do dia de ontem na CPMI do Atos Golpistas, que ouviu George Washington, a audiência com o general Gonçalves Dias transcorreu num clima de absoluta normalidade. Ambiente que, muito provavelmente, o general não encontrará num outro campo de batalha distinto, o da CPMI dos Atos Antidemocráticos, na ocasião em que vier a ser ouvido. Mas, na condição de general, ele deve estar sempre preparado para a guerra.
Curiosamente, alguns fatos envolvendo a trama golpista de 08 de janeiro estão sendo revelados numa velocidade assustadora. Até as forças especiais deixaram rastros que foram possíveis de se verificar. O general Gonçalves Dias não promoveu as mudanças necessárias - tampouco em tempo hábil - na estrutura de comando do GSI, permitindo que nomes ligados ao ancien régime bolsonarista fossem mantidos no cargo. O segundo nome na hierarquia do órgão ainda era um general ligado ao ex-ministro, o general Augusto Heleno, quando dos distúrbios do 08 de janeiro. A pessoa responsável pelo que eles denominam de "bloqueio da capital federal" também era ligado ao general Augusto Heleno e teria informado ao general Gonçalves Dias que estava tudo "tranquilo". Não vamos aqui entrar nos detalhes para não "melindrar".
Nenhum comentário:
Postar um comentário