É curioso como o ex-governador Geraldo Alckmin tentou, durante todo tempo, superar as arestas de setores resistentes do PT contra ele. O staff de campanha de Lula, à época, fazia questão de enfatizar que seu papel na campanha, na realidade, seria aparar arestas, mas não junto aos setores mais radicais da legenda. O objetivo seria a Faria Lima, com a qual ele teria um bom trânsito, construído ao longo do tempo em que governou o Estado de São Paulo. Agora, talvez, se entenda essa sua ideia fixa em aparar as arestas. Na sua cabeça, a relação com a Faria Lima já estava bastante azeitada. Era junto ao PT mais resistente onde ele deveria atuar.
Hoje, Alckmin goza de um bom trânsito junto àqueles setores. Até recentemente, foi recebido efusivamente numa feira do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra. Discretamente, ele continuou construindo pontes, inclusive com o parlamento, onde o PT amarga um padrão de relacionamento conturbado. As viagens frequentes de Lula ao exterior vem contribuindo bastante para esse espaço ser ocupado pelo vice Geraldo Alckmin. Sua condição de grande articulador tem sido tão enfatizada que o seu nome já tem sido ventilado para substituir os "articuladores" do Governo, que estão batendo cabeça.
A sua condição de vice é estratégica em qualquer processo de eleições. Mas, por algum motivo, o nome de Alckmin não surge na bolsa de apostas para aleições presidenciais de 2026. Não se vislumbra a possibilidade de um eventual apoio de Lula nesse projeto. O petista estaria mais inclinado a emprestar seu apoio aos companheiros de jornadas, como Rui Costa, Fernando Haddad, entre outros nomes. Política, no entanto, como ensinava Magalhãos Pinto, é como as nuvens. Mudam a todo tempo.
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