A rigor, não caberia mais os prostestos contra a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva. Lula está prestes a ser diplomado, em cerimônia programada para hoje, e toma posse como novo presidente no dia primeiro de janeiro de 2023. Pior do que as mobilizações bolsonaristas pelo país e na capital federal, somente a informação, repassada por fontes seguras, de que existe um propósito desses manifestantes em tumultuar os ritos do processo eleitoral, que incluem diplomação e posse,como se já não fossem bastante as contestações sobre o resultado das eleições, além das ilações descabidas sobre a sua lisura.
Embora a temperatura política tenha cedido em algumas hostes bolsonaristas, nas ruas tal temperatura continua alta, com milhares de pessoas pedindo uma intervenção militar, ainda inconformadas com o resultado do pleito. É a primeira vez na história recente da República que ocorre uma situação desse gênero. Motivo, sim, para muitas preocupações, pois se trata de uma massa que se sente lesada, enganada, que consideram que as eleições foram fraudadas, que existiu uma trama armada pelo TSE e o STF para favorecer um determinado candidato, entre outras sandices do gênero.
Cometem a ilegalidade de pedirem abertamente um intervenção militar sem sequer se darem conta do que isso significa e do legado de obscurantismo que eles podem estar produzindo para o futuro dos seus filhos. Uma absoluta irresponsabilidade. Isso só pode ser entendido como um momento de insanidade coletiva. Não seria possível que, de repente, essas pessoas perdesssem o bom-senso. Não é possível que existam tantos golpistas no pais. Eles sabem o que, de fato, segnifica uma intervenção militar? Eles conhecem o ônus a ser pago? As consequências para as futuras gerações? Eles já leram alguma coisa sobre o Golpe Civil-Militar de 1964? O que isso significou em termos da supressão das liberdades individuais e coletivas? Não seria de bom-senso acreditar que eles tenham alguma noção dessas questões e ainda permaneçam nas ruas, nesse jogo de altíssimo risco.
O TSE vem adotando medidas no sentido de coibir essas irresponsabilidades, mas providênfias ainda mais severas precisam ser tomadas, antes que ocorra alguma tragédia. Chegaram a Brasília com o propósito deliberado de criar problemas para a posse do futuro presidente, eleito democraticamente, referendado pelas urnas, em eleições limpas, transparentes, republicanamente conduzidas pelas autoridades eleitorias do país. Cumprida a etapa da diplomação, a pergunta que se faz é se eles permanecerão em Brasília até o dia da posse de Lula. Isso está se tornando algo bastante complicado.
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