Há poucos dias de tomar posse e assumir, de fato, a sua condição de presidente do país, Luiz Inácio Lula da Silva, literalmente, não tem para onde ir. As residências oficiais de Brasília estão sob a ocupação de integrantes do governo que, pelo voto soberano do povo, vai deixar de ser inquilino do Palácio do Alvorada e outras residências oficiais da capital federal. Até a Granja do Torto, que chegou a ser pensada como uma alternativa, está sendo ocupada pelo ministro da Economia Paulo Guedes.
Estranha o fato de não haver qualquer movimentação indicando que os atuais inquilinos estejam juntando os mijados para deixarem o local, como se diz aqui no Nordeste. Perdemos complemante a mais basilar noção de princípios republicanos no país. Um dia os historiadores, sociólogos, cientistas políticos deverão se debruçar nos livros para tentar uma explicação sobre como chegamos a isso. Eles querem ganhar no grito, na força, na ilegalidade, nas ameaças. Nunca vivemos uma situação semelhante no país. Nunca o resultado de uma eleição foi tão vilependiado.
Costumamos usar o termo "esquizofrenia coletiva" para designar este momento que estamos vivendo, mas uma psicóloga, gentilmente, andou nos corrigindo pelas redes sociais. Exitem outros termos mais adequados. Hoje, cumprindo o dever cívico de defender o arcabouço jurídico de uma democracia representativa, o ministro do STF, Alexandre de Moraes, expediu mais de 100 mandados de busca e apreenção contra autores de atos golpistas ou antidemocráticos. Neste momento, a Polícia Federal está fazendo cumprir a lei, tudo dentro do ordenamento jurídico do país.
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