Não nos recordamos de uma crise desta mesma proporção, exceto, talvez, durante o Governo de Fernando Henrique Cardoso, no bojo de uma reforma administrativa atroz, onde até papel higiênico faltou nas dependências da UFPE. Lembramos bem disso porque ainda éramos estudante da graduação. Aliás, devemos toda a nossa formação à UFPE. Fiz pós-graduação com bolsas custeadas pelo CNPq, órgão que também foi duramente atingido pelo corte de verbas. Sabemos bem o que signfica ficar sem receber essa bolsa, por vezes, único recurso com o qual o estudante conta.
No finalzinho do governo, para atender o apetite voraz da turma do orçamento secreto, faltou dinheiro até para a merenda dos alunos nas escolas públicas. Salvo melhor juízo, o montante liberado previa algo como 36 centavos para cada aluno, o que não dava sequer, para comprar um ovo, dividido por quatro alunos, numa manobra solidária das abnegadas merendeiras. Este famigerado orçamento secreto - que se trata de uma verdadeira excrescência - infelizmente, precisou ser negociado por Lula, em razão das condições mínimas de governabilidade. Não torcemos por isso, mas é inevitável que ele enfrentará muitos problemas pela frente. Vamos aguardar as avaliações do STF, pois seus beneficiários, logicamente, o tratam como algo "inegociável".
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