Trata-se de uma notícia alvissareira essa movimentação das hostes bolsonaristas no sentido de organizarem uma oposição ao futuro Governo Lula. A leitura que fazemos por aqui é que, finalmente, eles começam a operar nos estritos limites impostos pela democracia representativa, o que é um bom sinal. O Ministro-Chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, tem reafirmado - embora não acreditemos muito nisso - que fará uma oposição cerrada a Lula pelos próximos quatro anos de governo. Já antecipou que não irá à posse do petista e, sempre que a oportunidade permite, faz juras de amor eterno ao chefe Jair Bolsonaro.
O Senador Flávio Bolsonaro andou fazendo algumas considerações críticas em torno dos ajustes propostos pelo PT para administrar o teto do orçamento, diante da confusão em que se tornou este tema. De concreto mesmo, antes dos ajustes, é preciso encontrar dinheiro para o INSS, o SUS, as Universidades Públicas, além de honrar o pagamento do Auxílio Brasil, rebatizado de Bolsa-Família. O Gabinete de Transição fala num rombo de 400 bilhões. Vai demorar um pouco até que essa continha seja ajustada e possamos falar em responsabilidade fiscal dentro de parâmetros republicanos.
O Bolsa-Família ficaria fora desses ajustes por um período de dois anos e consiste aqui a crítica do senador Flávio Bolsonaro. O presidente Jair Bolsonaro já avisou que não pretende voltar ao seu tradicional reduto político, o Estado do Rio de Janeiro. Deverá mesmo permanecer em Brasília, para acompanhar de perto o futuro Governo Lula. Já estaria à procura de uma residência na capital federal. Nenhum problema por aqui. Sejam todos muito bem-vindos. Lula tem feitos negociações amplas, com diversos partidos e atores políticos, sobretudo aqueles dos campos mais conservadores, pois será um governo de reconciliação nacional. O "estrago" institucinal e político provocado nos últimos anos foi grande. O próprio regime democrático, hoje, encontra-se ainda sob ameaça. O PT apoiará a reeleição de Arthur Lyra(PL-AL) para a Câmara dos Deputados e, se houver outros liberais interessados em negociar com o futuro governo, as sinalizações são positivas.
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