pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO: Editorial: Miséria humana não pode ser usada como arma de chantagem política.
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segunda-feira, 19 de dezembro de 2022

Editorial: Miséria humana não pode ser usada como arma de chantagem política.

Crédito da foto: Fátima Meira\Futura Press\Estadão


Vamos aqui poupar os leitores e leitoras dos detalhes mais escabrosos, mas a luta entre o futuro governo e o parlamento no tocante a encontrar as condições mínimas de governabilidade para o próximo ano, envolvendo essa questão do orçamento, não tem sido nada fácil. E, neste campo da realpolitik - nem precisamos ler Maquiavel para sabermo disso - não há limite possível. Outro dia circulou a informação de que o Centrão estaria de olho no Ministério da Saúde, considerado um dos mais estratégicos para o PT. Seu orçamento é um dos maiores do orçamento da União, daí a cobiça. 

Em troca, seria oferecido 150 votos em favor dos pleitos do futuro governo no tocante ao fura teto. Não tenho boas expectativas dessa relação do futuro governo com o Centrão. É quase impossível atender às suas demandas e, quando elas não são atendidas, as armas utilizadas são bem conhecidas. O jogo é pesada e vivemos sob um regime de semipresidencialismo disfarçado. A vitória de hoje do futuro governo - afastando a miséria e a fome dessas negociações nebulosas - precisou contar com o apoio do Poder Judiciário, através do senhor ministro Gilmar Mendes, do STF. 

Temos dificuldades de localizar esta foto hoje, mas há alguns anos atrás circulou na internet uma imagem da ex-presdidente Dilma Rousseff, de cara fechada, ao receber um bilhetinho com novas demandas do Centrão. Deu no que deu. O resto já história. Fora aplicada à ex-presidente uma espécie de torniquete político que acabou por estrangular o seu governo, levando seus algozes a aplicar-lhes o golpe de misericórdia, que ganhou o eufemismo de impeachment. Lula tenta, de todas as formas, criar as condições mínimas de governabilidade.   

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