Embalado pela melhoria significativa dos seus índices de aprovação, o presidente Lula viajou ao continente africano para uma reunião dos Brics, na África do Sul, deixando aqui na província dois grandes abacaxis a serem descascados. Um deles diz respeito à minirreforma ministerial, que, por se estender bastante, já incomoda interlocutores como o Presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira. O jogo aqui é bruto e as consequências são inevitáveis. O Legislativo trava as ações do Executivo, ora não pautando matérias, ora infringindo derrotas ao Governo.
O outro abacaxi diz respeito às nevrálgicas relações com os militares, sensivelmente atingidas por uma politização da caserna durante o Governo de Jair Bolsonaro. Antes da viagem, porém, Lula tentou aparar essas arestas, reunindo-se com a alta cúpula das Forças Armadas, como o comandante da Marinha, do Exército e da Aeronáutica. O morubixaba petista manteve, igualmente, um convescote com o deputado Arthur Lira. Como se sabe, são dois abacaxis difíceis de descacar, ambos produzindo grandes dores de cabeça para o Planalto, pois dizem respeito diretamente às condições efetivas de governabilidade.
Os militares precisarão realizar uma espécie de assepcia golpista em suas fileiras, ou seja, identificar e punir com o rigor exigido aqueles militares que estiveram envolvidos nas tessituras golpistas que culminaram com o 08 de janeiro. Depois, será necessário fazer uma reflexão sobre como alguns deles embarcaram nessa canoa furada do golpismo, induzida e estimulada por alguém que já havia passado pelos seus quadros, deixando um péssimo exemplo para a tropa. É certo que existe uma "permeabilidade natural" em alguns segmentos sociais, mas dái a entender tantas trapalhadas vai uma longa distância.
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