O pessoal da Polícia Federal tem sido bastante criativo na denominação das operações que estão sendo executadas. Esta última, envolvendo pessoas próximas ao ex-presidente Jair Bolsonaro foi denominada de Lucas 12:2, uma alusão a um versículo que consta do livro do apóstolo de Cristo, onde enfatiza-se que não há nada escondido que não seja revelado em algum momento. As provas e evidências de ilícitos arrolados nessa operação são de uma robustês impressionante. Até objetos já irregularmente vendidos teriam sido recomprados, com o propósito de livrar a barra de alguns atores, no momento da exigência de prestação de contas dos órgãos de fiscalização e controle.
A trama é escabrosa e deve trazer novos desdobramentos nos próximos dias. O cerco está se fechando contra os estertores do bolsonarismo, que transformou a gestão pública numa farra de irregularidades, envolvendo, inclusive, setores militares. As ações realizadas pela PF, além dos aspectos positivos em si, também estão contribuindo para os trabalhos da CPMI dos Atos Antidemocráticos do dia 08 de janeiro. Depois das revelações de hoje, antigos e novos atores deverão frequentar as suas próximas sessões em razão dos trabalhos da PF. Como há membros das Forças Armadas envolvidos, a questão que se coloca é se eles irão as audiências com as suas fardas.
A desenvoltura de alguns atores nesses episódios evidenciam que eles tinham absoluta confiança na impunidade,o que reforça a tese de que projeto autoritário era algo explícito, sem possibilidade de dar errado, o que permitiriam as irregularidades pelos próximos anos, sem punião ou responsabilização. Tudo muito bem urdido.
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